Por Ricardo Noblat - “Nem só de soja vivem as exportações do Brasil”, informa o El País, o mais importante jornal espanhol. Para em seguida acrescentar: “Existe um outro comércio, muito mais letal, no qual o país também vai muito bem: trata-se do mercado de revólveres, pistolas, metralhadores, fuzis, lança-granadas, artilharia anti-tanque, munições e morteiros”.
O Brasil é o quarto maior exportador de armas leves do mundo, segundo o relatório “As Armas e o Mundo” divulgado ontem pela Small Arms Survey, entidade que monitora conflitos armados e o comércio de armas de fogo no mundo. Só perde para os Estados Unidos, Itália e Alemanha.
Entre 2001 e 2012, o país exportou 2,8 bilhões de dólares em armas, deixando para trás potências do setor como a Rússia, fabricante do famoso fuzil AK-47, “arma de escolha de nove entre dez grupos guerrilheiros, do Estado Islâmico às Farc”, destaca o El País, e China, que possui o maior exército regular do mundo
O Brasil derrota os três maiores exportadores em um quesito: suas vendas de armamentos não são transparentes. O país esconde da ONU seus recibos e contratos de venda. Não se sabe o que, para quem e quanto é comercializado. O Brasil pode estar vendendo para nações em conflito ou que violam os direitos humanos.
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