Brasília - O ministro Gilmar Mendes, relator das
contas eleitorais da candidatura de Dilma Rousseff no Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), encaminhou nesta terça-feira, 12, ofícios a quatro
órgãos informando "possíveis irregularidades" em uma das fornecedoras
das campanhas da petista, a VTPB Serviços Gráficos, que também prestou
serviços às campanhas de Aécio Neves (PSDB), Arlindo Chinaglia (PT-SP),
Rui Costa (PT) e José Serra (PSDB). Estadão
O ministro do TSE, que também
compõe o Supremo Tribunal Federal (STF), enviou documentos à
Procuradoria-Geral da República, à Procuradoria-Geral Eleitoral, à
Receita Federal e ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras
(COAF) depois de matérias publicadas na imprensa levantarem suspeitas
sobre a empresa.
O despacho de Gilmar se deu diante da "revelação
pela imprensa de fatos a indicar possíveis irregularidades referentes à
empresa VTPB Serviços Gráficos relacionada entre os gastos declarados
na prestação de contas da candidata eleita à Presidência da República no
pleito de 2014 encaminho a Vossa Excelência tabela com as referidas
despesas, para as providências pertinentes", escreveu o ministro em
documento encaminhado aos órgãos.
De acordo com dados disponíveis
no sistema de prestação de contas do TSE, a campanha de Dilma pagou R$
22,9 milhões à VTPB confecção de materiais de campanha. O jornal O Globo
divulgou matéria recentemente mostrando que a empresa fica em uma sala
de 30 metros quadrados, alugada por R$ 600, localizada na Zona Norte de
São Paulo. Segundo a reportagem, o locatário do imóvel e vizinhos dizem
que "não há movimentação no endereço".
A VTPB Serviços Gráficos
recebeu no total R$ 27,9 milhões de campanhas no ano passado. Além dos
R$ 22 milhões recebidos da campanha da petista, a gráfica prestou
serviços ao comitê para campanhas de Aécio Neves ao Palácio do Planalto,
recebendo R$ 577 mil da campanha do tucano. Além disso, prestou
serviços para o deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP), do qual
recebeu R$ 2 milhões; do governador da Bahia, Rui Costa (PT), com R$ 1,5
milhão; e do senador José Serra (PSDB-SP), com R$ 521 mil.
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