Serra Leoa anunciou nesta quinta-feira (19) um novo toque de recolher que obrigará os cidadãos a permanecerem em suas casas durante três dias, medida com a qual o governo pretende conter a transmissão do vírus do ebola, que já matou cerca de 3.700 pessoas no país. Foto: Divulgação *Fonte: EFE
O diretor do Centro Nacional de Resposta ao ebola, Pau Conteh, anunciou na rádio estatal que "o bloqueio acontecerá entre os dias 27 e 29 de março e será como o que fizemos em setembro do ano passado".
— O governo e sua equipe têm esperança de que os casos que ainda não foram notificados ou registrados saiam à luz durante esses dias.
Segundo o último relatório divulgado nesta quarta-feira (18) pela OMS (Organização Mundial da Saúde), Serra Leoa registrou até o momento 11.751 casos de ebola, o que o tornou o país com mais contágios do vírus. Apesar do apoio internacional para lutar contra o ebola, Serra Leoa ainda enfrenta dificuldades para conter o vírus. Por isso, os funcionários acreditam que esse toque de três dias permitirá conter a transmissão do ebola, que ainda continua sendo "constante" entre a comunidade, segundo a OMS.
No entanto, muitos cidadãos não receberam bem esta nova medida governamental, como é o caso de Baimba Kamara, de 65 anos, morador da capital, Freetown.
— Não posso entender por que nos encerram outros três dias depois de já terem feito isso há alguns meses. As autoridades sanitárias não estão encorajando as pessoas a cumprirem os protocolos de prevenção do ebola.
O governo tem recebido várias críticas por sua estratégia de luta contra a epidemia, que abateu a economia e o desenvolvimento do país.
Johan Mambu, um jovem de 28 anos que acredita que o ebola "está sabotando o futuro do país", lamentou que "continuamos tentando buscar uma solução para acabar com o vírus".
Este é o segundo toque de recolher imposto pelas autoridades de Serra Leoa. A epidemia já infectou mais de 24 mil pessoas na África Ocidental, e mais de 10 mil morreram em decorrência da doença.
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