Estadão Conteúdo - Em Porto Alegre
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), foi recebido na manhã desta segunda-feira (30) com vaias e xingamentos por um grupo de cerca de 30 militantes que defendem a causa LGBT na abertura de um fórum sobre reforma política na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.
Enquanto alguns ativistas promoviam um "apitaço", outros entoavam gritos como "fora, Cunha", "não, não me representa, não" e "Cunha, seu machista, tu és corrupto e ainda moralista". O parlamentar classificou a manifestação como "intolerância".
A manifestação começou com a chegada de Cunha ao Teatro Dante Barone, onde o evento é realizado, e não parou nem mesmo durante a execução do Hino Nacional.
O presidente da Assembleia gaúcha, deputado estadual Edson Brum (PMDB), pediu para que os militantes cessassem com os protestos, mas não foi atendido.
Os militantes disseram que só parariam se o presidente da Câmara deixasse a mesa. Desta forma, Brum optou por transferir o evento para o plenário da Assembleia, com acesso restrito a poucos participantes.
"Os que não respeitam nem o hino não podem se permitir nenhum tipo de protesto", disse Cunha no início de seu discurso depois que o fórum foi retomado, longe dos ativistas, lembrando que, mais cedo, os militantes mantiveram as vaias mesmo durante a execução do hino nacional.
"Foi lamentável a intolerância", disse Cunha, acrescentando que está disposto a debater o contraditório, mas "com respeito".
Na última sexta-feira (27), durante evento na Assembleia Legislativa de São Paulo, Cunha já havia sido alvo de vaias e xingamentos de militantes simpáticos à causa LGBT.
O vice-presidente da República, Michel Temer, e o governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, ambos do PMDB, também compõem a mesa.
Reforma política
Cunha também voltou a dizer que pretende votar em maio a PEC 352, projeto de reforma política proposto pelo PMDB, e atualmente discutido em comissão especial na Câmara dos Deputados.
Ele explicou que, se não conseguir votar na quadragésima sessão da legislatura, fará um esforço concentrado para que a pauta avance. "Faremos uma semana só para isso, para votar a reforma política", explicou.
Segundo Cunha, se não houver uma definição sobre o tema, o Brasil terá, em 2016, uma eleição no mesmo "patamar de confusão" que foi a de 2014.
"Ninguém aguenta mais uma eleição assim", relatou. Ele também disse que é imprescindível estipular um prazo para a votação, pois o Parlamento só funciona com data marcada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário