Com o anúncio da nova equipe econômica e a discussão das primeiras medidas que poderão ser adotadas para tirar as contas públicas do vermelho, está ficando claro que o governo não conseguirá obter os resultados desejados apenas com o corte de despesas.
Diante da gastança irresponsável promovida nos últimos anos, o governo precisará, também, engrossar as receitas, por meio do aumento de impostos, drenando ainda mais recursos da iniciativa privada, que já contribui com quase 40% do Produto Interno Bruto (PIB) para custear as bruxarias de Brasília – um recorde mundial entre os países emergentes.
Ao final, como já vinham alertando os analistas independentes há algum tempo, a conta da farra oficial sobrará para o contribuinte. Ele – ou seja, todos nós, que trabalhamos duro para gerar riqueza para a turma de Brasília torrar por aí – é quem deverá pagar o custo da “herança maldita” deixada pela Dilma do primeiro mandato para a Dilma do segundo mandato. Depois de reajustar a tabela do imposto de renda é os depósitos do FGTS abaixo da inflação, o governo do PT, que se autointitula como o “legítimo” defensor dos interesses dos trabalhadores, agora pretende passar a fatura de seus descalabros para toda a sociedade.
Além da volta da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), aplicada aos combustíveis, que pode sugar R$ 14 bilhões adicionais por ano das empresas e dos cidadãos, estuda-se também no Ministério da Fazenda a elevação da alíquota de PIS/Cofins incidente sobre produtos importados e também dos tributos sobre cosméticos. Só essas duas medidas poderão drenar mais R$ 5 bilhões por ano, elevando a fatura a ser paga pela sociedade pelos descalabros do governo para quase R$ 20 bilhões.
Fora isso, que não é pouca coisa, os governadores eleitos do PT estão se articulando para tentar resgatar a velha CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), o imposto do cheque, que era usado, em tese, para financiar a saúde e amealhou dos contribuintes a bagatela de R$ 200 bilhões em uma década.
Defenestrada pelo Congresso Nacional em 2007, na maior derrota do governo Lula no Legislativo, depois de uma campanha nacional que envolveu um abaixo assinado com um milhão de assinaturas, a CPMF chegou a “morder” 0,38% de todas as transferências de recursos entre correntistas reralizadas no país.
Pelo andar da carruagem, como se dizia no passado, tudo indica que Dilma, depois de garantir que estava tudo azul em Brasília, vai acabar tungando “o seu, o meu, o nosso”, como disse certa vez o economista Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central e principal assessor econômica de Aécio Neves durante a campanha eleitoral. Sem a repetição do movimento cívico que evitou a volta da CPMF há sete anos, apoiado por ÉPOCA na ocasião, dificilmente será possível evitar que os políticos, em especial aqueles que formam a chamada "base aliada", joguem mais esse peso nas costas dos brasileiros, cujos bolsos já tem sido tão afetados pela bandalheira instalada pelo PT na Petrobras e em outras empresas estatais.
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