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quinta-feira, 8 de maio de 2014

Para não faltar água, proteja a Mata Atlântica

BRUNO CALIXTO
Nascente protegida na Mata Atlântica por um projeto de Pagamento por Serviços Ambientais (Foto: Divulgação / Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza)

A crise de abastecimento de água continua se agravando em São Paulo, com o nível das represas do Sistema Cantareira, que abastecem a região metropolitana, ficando abaixo dos 10% pela primeira vez na história. O governo culpa as condições climáticas, como a falta de chuva, e a oposição fala na falta de investimentos. Mas um ponto acaba ficando de lado no debate: a proteção das florestas da Mata Atlântica poderia ter evitado a crise.

A floresta preservada é crucial para evitar secas. Ela impede a erosão do solo e o assoreamento das águas. Sem ela, os rios ficam mais "finos" e mais vulneráveis a temperaturas climáticas extremas - como a seca que São Paulo está enfrentando. "A Mata Atlântica é fundamental para a questão da água. Ela abastece mais de mil e quinhentos municípios, onde vivem 60% da população brasileira", explica Carolina Lobo, coordenadora do Programa de Conservação da Mata Atlântica do WWF-Brasil.

O problema é que a degradação está avançada no bioma. No momento, só restam 11,7% de remanescentes florestais da Mata Atlântica. E esses remanescentes estão fragmentados. A fragmentação compromete muitas espécies que precisam de mais espaço para viver e caçar, como é o caso da onça-pintada.

Segundo Carolina, projetos para proteger nascentes na Mata Atlântica podem ajudar, a longo prazo, a reverter a situação. As principais iniciativas no setor são os Pagamentos por Serviços Ambientais. Na prática, produtores rurais recebem recursos financeiros para proteger as nascentes e córregos em suas terras. Eles precisam adotar práticas agrícolas responsáveis, seguir as regras do código florestal e proteger as matas ciliares, mantendo a qualidade da água. Iniciativas como essas já existem em várias regiões de São Paulo, mas infelizmente ainda são poucas para assegurar as nascentes dos reservatórios paulistas.

Carolina, no entanto, acredita que esses projetos, isolados, não são suficientes. Para enfrentar o problema de abastecimento de água, é preciso uma melhor administração dos recursos hídricos em todo o país. "O problema é que falta, historicamente, uma gestão hídrica coerente. O resultado é que a tendência é só piorar", diz. http://epoca.globo.com

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