Em editorial na sua edição deste sábado, o jornal "O Estado de S. Paulo", avisa que o destempero da fala de Lula sobre a expectativa do brasileiro em relação aos serviços públicos evidencia também que ele captou a mensagem das manifestações de junho, já que a voz das ruas protestou contra a situação, e ninguém mais do que ele é responsável pelo que está aí. Os onze anos de governo do PT deixam uma herança maldita não apenas na economia e nos serviços públicos, mas de retrocesso político (que é a outra face da moeda do populismo), administrativo (não é novidade que Pasadena é apenas a ponta do iceberg) e institucional (a começar pelas agências reguladoras).
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. Mas será que isso é suficiente para que Lula ande dizendo o que está dizendo?
Não é novidade que ele fale coisas sem muito nexo.
Tem a rara capacidade que Andy Hertzfeld, um dos pais do Macintosh, atribuiu certa vez a Steve Jobs:
a de criar um campo de distorção da realidade, posteriormente definida como a habilidade de acreditar e fazer acreditar em quase tudo, pelo carisma, exagero e marketing persistente, distorcendo o sentido coletivo de proporção e dimensão.
. No entanto, Lula não está apenas falando coisas sem nexo. A sua própria bússola política está desorientada: enfrenta ele legítimas aspirações populares com uma arrogância típica da sua sucessora? Talvez seja um sintoma de que tenha compreendido o seu verdadeiro problema político. Gaba-se de eleger qualquer poste, mas agora - e aqui está o seu calcanhar de aquiles - ele não pode escolher o poste. Já foi escolhido há quatro anos, noutro cenário político. Certamente, a companheira Dilma, combalida por sua própria incompetência, não seria a sua atual opção. É uma das consequências de ser governo, que ele parece não ter aprendido: os seus atos geram responsabilidade. Mas essa palavra ainda não está no seu dicionário.
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CLIQUE AQUI para ler, também, "Teto de votos em Dilma está em queda", da mesma edição do "Estadão".
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