Os criadores de camarão no estado da Bahia passam por um processo de desgaste junto ao Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema). A carcinicultura, que nada mais é do que a cultura/criação do camarão está abalada desde 2002 e, agora, entra em um colapso que pode resultar no desabastecimento do produto nos tabuleiros das baianas. De acordo com documento encaminhado à Procuradoria Geral da Bahia na última terça-feira (13), em 2002 o Governo do Estado realizou um levantamento do potencial para a carcinicultura e constatou que existem 100 mil hectares de áreas propícias para se criar camarão. Com isso, esperava o Governo produzir 600 mil toneladas e gerar 340 mil empregos (3,4 emprego diretos e indiretos por hectare), elevando a Bahia para o 1° lugar no cenário nacional. Mas, o Estado atualmente explora somente 2.096 hectares e desceu de 3º para 5º no ranking nacional. Tudo isso porque existe uma decisão da Justiça que pede que, para se ter licença para explorar a iguaria, precisa da anuência do Inema e do Ibama. Mas, de acordo com a Associação Brasileira dos Criadores de Camarão (ABCC) além de não conceder a licença os órgãos não renovaram as que existiam. O Inema, em nota, alega que cumpre uma decisão judicial. Mas, de 2007 a 2011 o órgão poderia ter liberado as concessões considerando que a decisão judicial só exigia o estudo para projetos novos, o que de acordo com a ABCC não foi feito. Diante disso, o Estado da Bahia e o Inema apelaram da sentença para o Tribunal Regional Federal da 1ª Região, mas os recursos não foram recebidos no efeito suspensivo. Ou seja, a decisão liminar está vigente. Além de não conceder a licença, o Inema classificou a carcinicultura como uma atividade de alto potencial poluidor. Enquanto que a Lei Federal 6.938/81, art. 17D, Anexo VIII classifica como atividade de médio impacto. “Ou seja, somente na Bahia criar camarão é atividade de alto impacto ambiental”, ironiza Itamar Rocha, presidente da ABCC. Os criadores de camarão esperam um a posição da PGE mas, já adiantam “em síntese, vai faltar camarão na Bahia, em todos os estabelecimentos comerciais, até mesmo para a baiana que vende acarajé”.
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