Toda religião se vê como a fonte da verdade e se fecha para os demais elementos que constroem a história coletiva da humanidade. Quem acredita em uma verdade absoluta sempre vai acreditar que o que não o reflete o ameaça. Numa reedição cotidiana do mito de Narciso. Narciso acha feio o que não é espelho assim como muitos de nós achamos que o que não é prescrito por aquilo (ou aqueles) que professamos é fruto do mal.
Além disso, algumas religiões tornam a conversão como parte da missão religiosa. Para ser um bom religioso, você precisa trazer para o seu credo todos os desencaminhados que transitam pelo “caminho do mal”. Para muitos a religião é uma disputa, por isso há tantas guerras em nome de um Deus que deve até se envergonhar de ver seu nome usado como argumento legitimador da violência material, verbal ou psicológica.
Durante todo decorrer de minha vida religiosa mergulhei em vastos estudos sobre as diversas formas de manifestação da fé. Fundamentado em anos de estudos e práticas posso dizer com segurança que desconheço a necessidade e a presença do sacrifício humano dentro das religiões de matrizes africanas.
No entanto, encontrei relatos de sacrifício humano em culturas europeias como a dos Vikings.
Diante de tantos assassinatos, supostos “pactos”, presença de objetos macabros no qual eram atribuídos como de autoria de adeptos das religiões de matrizes africanas, percebo que na verdade exista a junção da dissimulação, alienação e ainda o reforço do preconceito diante da religiões oriundas da Africa.
Nos países ocidentais a figura do mal tem cor, latitude e longitude. O mal (segundo o imaginário racista) reside na África.
Desde minha iniciação até os dias atuais o único culto extinto e que não foi trazido pelos negros que foram escravizados, seria do Orixá Intôtô, que era praticado pelos negros nas terras de Savalu e Mahi (proximidade de Daomé) onde eram depositados em um buraco profundo os corpos dos mortos, pois este Orixá seria encarregado da decomposição dos corpos.(Intôtô assume outros nomes como Onilê e Aizan).
Enfim para piorar a situação , agregaram a figura cristã do Diabo-Capeta ao Candomblé, sendo que é uma figura não cultuada no Candomblé.
Eu poderia citar dentro da história Mundial inúmeras situações desde orgias santas até massacres (conceituados divinos), mas é a principal característica dos fracos a postura de defender-se atacando.
Reflexão: O mal reside no ódio. Não nas religiões de matrizes africanas…
AXÉ, PAZ e LUZ a Todos! Pai Marcelo de Omulu / http://www.enfu.com.br
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