O Brasil vai pressionar os países emergentes seus pares, incluindo a China, para denunciarem em conjunto o que considera políticas monetárias injustas praticadas pela Europa e pelos Estados Unidos, elevando a pressão num enfrentamento global sobre desequilíbrios econômicos.
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, afirmou ontem à agência Reuters que o Brasil deve se expressar dessa forma em um comunicado a ser divulgado após a cúpula do Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, realizada na Índia.
Pimentel comentou que a China havia sido cautelosa anteriormente sobre o apoio à menção a desequilíbrios monetários globais “por achar que poderíamos estar indiretamente nos referindo a ela”. Muitos analistas acreditam que Pequim manipula artificialmente sua moeda, mas para Pimentel, o maior problema neste momento são os países ricos.
“Os problemas atuais não têm a ver com a China”, disse ele numa entrevista de 30 minutos na véspera da cúpula em Nova Délhi. “Têm a ver com o dólar e o euro.” Pimentel também forneceu detalhes sobre uma nova iniciativa para reduzir os custos comerciais para exportadores e importadores brasileiros, e explicou como o Brasil procurará lidar com os supostos desequilíbrios econômicos globais junto à Organização Mundial do Comércio (OMC).
O Brasil acusa os países ricos de provocar um “tsunami monetário” com a adoção de políticas expansionistas como baixas taxas de juros e programas de compra de títulos.
Mesma opinião
Pimentel disse que os cinco mercados emergentes que formam os Brics “têm mais ou menos a mesma opinião sobre esse assunto”.
Pimentel disse que os cinco mercados emergentes que formam os Brics “têm mais ou menos a mesma opinião sobre esse assunto”.
“Acho que haverá menção disso (no comunicado), com certeza”, acrescentou o ministro Pimentel. Ele negou que o Brasil esteja liderando uma “eclosão de protecionismo”.
Ele descreveu a decisão do Brasil em fevereiro de renegociar um acordo de comércio de automóveis com tarifa zero com o México como única, e disse que não havia ações similares planejadas para o futuro. REUTERS / TRADUÇÃO DE CELSO PACIORNIK
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