“PMDB com topete”, “PMDB do B”, “PMDB repaginado”. Assim cientistas políticos entrevistados pelo UOL Notícias definem o caráter do PSD (Partido Social Democrático), sigla que obteve seu registro na Justiça Eleitoral na semana passada. Dias antes da legalização do partido, seu principal quadro político e idealizador, Gilberto Kassab --prefeito de São Paulo--, chegou a declarar que a legenda não era “de direita, nem de esquerda, nem de centro”.
“O peemedebismo não é de esquerda, nem de centro, nem de direita. O Kassab tem razão. O PSD é o PMDB com topete: não é uma cara nova, é uma expressão do peemedebismo, que nada mais é do que aderir ao governo, seja qual for e onde for, para conseguir conquistar um pedaço do Estado”, avalia o cientista político Marcos Nobre, professor na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Fernando Abrúcio, doutor em ciência política pela USP (Universidade de São Paulo) e professor na FGV-SP (Facudade Getúlio Vargas), dá outro apelido à nova sigla: “PMDB do B”. “O PMDB do B não traz nada de novo, repete o mesmo, com mais maestria. Não nasce como um partido com projeto, com um ponto de vista programático, nem tem base social. Talvez até o PMDB tenha mais gente com ideias”, diz.
O prefeito da maior cidade do país afirmou ainda que o partido não comporia a base governista, mas também não cerraria as fileiras de oposição ao governo federal. A ausência de posicionamento ideológico e a feição adesista do novo partido viraram alvo de críticas e deboche.
Apesar disso, na avaliação do também cientista político Cláudio Couto, professor da FGV, o fisiologismo do PSD não deve emperrar o desempenho eleitoral da sigla. “Essa percepção chega a uma parcela muito específica da população. A maior parte do eleitorado vota independentemente de tudo isso”, afirma.Leia mais no UOL Notícias
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