por Fernando Duarte**Foto: Paula Fróes/ GOVBA
Pode até não ser uma segunda onda de contaminação, porém os números da Covid-19 no Brasil começam a reacender os alertas sobre a doença no país. Na Bahia, não chega a ser muito diferente. Os novos casos voltam a preocupar e, em meio à desmobilização de leitos, é preciso ficar atento para não haver um colapso do sistema de saúde, nosso principal receio desde que a ameaça do coronavírus chegou por aqui. E tudo isso passa pela consciência da população, algo bem difícil de controlar após meses de restrições.
Ninguém aguenta quarentena ou isolamento social por mais tempo. O limite da paciência foi ultrapassado há tempos, porém não há nenhum remédio diferente desse para enfrentar a pandemia. A medicina evoluiu e sabe mais sobre a doença, mas ainda assim existem perguntas não respondidas. As vacinas, por mais que tenhamos perspectivas otimistas, não estão tão palpáveis quanto gostaríamos e é improvável uma imunização maciça da população ainda no primeiro semestre de 2021. Ou seja, esse processo de distanciamento social não tende a acabar rapidamente.
Porém a população que conseguiu lidar com a quarentena relativamente bem dá sinais de cansaço. O período eleitoral foi um exemplo real dessa fadiga. Por mais que soubéssemos que não era recomendável aglomerar pessoas, sobraram episódios de multidões durante o processo ou até mesmo para celebrar vitória nas urnas. Parte por falta de exemplo dos postulantes, mas também porque a mensagem contraditória de autoridades públicas não contribuiu para levar consciência à arraia miúda. O salve-se quem puder - ou morra quem morrer, dependendo do interlocutor - esteve vivo o tempo inteiro e acabou intensificado nos últimos meses.