Neurologista explica que, com o cuidado adequado, paciente pode ter qualidade de vida
Ser diagnosticado com a doença de Parkinson não é nada fácil, mas o paciente pode ter qualidade de vida significativa se o quadro clínico for descoberto no tempo correto e, dessa forma, iniciar o tratamento adequado o quanto antes.
No dia 11 de abril, é comemorado o “Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson” e, só no Brasil, estima-se que 200 mil pessoas sofram com a enfermidade.
A data foi estabelecida pela Organização Mundial de Saúde, em 1998, com o objetivo de esclarecer à sociedade sobre as possibilidades de tratamento para que o paciente e a sua família tenham uma melhor qualidade de vida.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), aproximadamente 1% da população mundial com idade superior a 65 anos tem a doença.
O Dr. Guilherme Torezani, coordenador de doenças cerebrovasculares do Hospital Icaraí e coordenador da Neurologia do Hospital e Clínica de São Gonçalo, esclarece que, diferentemente do que é pensado, nem todo paciente com Parkinson apresenta tremor — que, quando presente, é comumente em um dos membros em repouso e nas extremidades do corpo. Os sintomas principais da doença são, na verdade, rigidez muscular e lentidão nos movimentos — além de progressiva perda de equilíbrio (instabilidade postural).
“O início dos sintomas motores pode ser sutil, com lentidão em uma das mãos, que leva à diminuição da letra ao escrever (chamado de micrografia) ou, ainda, muito comumente, a redução do balançar de um dos braços durante a caminhada.”
Há, também, outros sintomas não motores, como a diminuição do olfato, os distúrbios do sono, a prisão de ventre (constipação) e, até mesmo, a depressão. Quanto ao sono, tem sido muito estudado um tipo específico, chamado “Distúrbio Comportamental do Sono REM”. Essa fase do sono deriva do inglês, “movimento rápido dos olhos” e se caracteriza pela ocorrência dos sonhos. Ocorre que o nosso cérebro produz uma paralisia de todo o corpo, mas que, nesse distúrbio, a paralisia se faz ausente. Como resultado, o paciente apresenta movimentos complexos, como se vivenciasse seus sonhos. Em estudos, a presença dessa alteração, que pode anteceder o surgimento dos sintomas motores em muitas décadas, relacionou-se com risco bem elevado de se desenvolver doença de Parkinson e outras doenças “similares”.
Tratamento
A Doença de Parkinson deve ser tratada por um neurologista. Mesmo com os avanços científicos, como identificação de algumas proteínas e alterações metabólicas nos pacientes, ainda não se sabe exatamente quais os motivos que levam a essa perda progressiva de neurônios.