Wladmir e o post da psicóloga - Fotos: reprodução / Instagram
Um brasileiro que está desempregado há 11 meses e caminhava 25 km para entregar currículos, por falta de dinheiro, teve mais de 200 ofertas de emprego depois de um post, feito por uma psicóloga que ele conheceu na rua e decidiu contar a história do homem nas redes sociais.
O gesto de empatia e solidariedade foi de Ranaruza Costa, que ficou sensibilizada com o esforço de Wladmir Rodrigues para arrumar emprego nesses tempos obscuros.
O homem de 57 anos faz longas caminhadas todos os dias, sem alimentação, para encontrar um trabalho em empresas de Natal e da região metropolitana do Rio Grande do Norte.
Mas depois que a história dele foi postada no
Instagram pela Ranaruza, na última quarta, 3, Wladmir recebeu mais de 200 entrevistas de emprego.
“Muitas pessoas estão oferecendo ajuda, mas o que eu só quero mesmo um trabalho”, disse o homem ao
G1.
O encontro dos dois
A psicóloga Ranaruza Costa encontrou com o Wladmir em uma passarela na BR-101, em Natal.
Ele passava ao lado de Ranaruza, quando ambos viram um jovem pedinte.
Wladmir lamentou a situação do rapaz, mas disse que, embora não quisesse julgar, não entendia por que uma pessoa tão mais nova não saia para entregar currículos, como ele estava fazendo.
Eles começaram a conversar e Wladmir contou para a psicóloga o quanto já havia caminhado naquele dia. Ela se comoveu:
“Eu só tinha R$ 20 comigo e pensei que, assim como uma amiga tinha acabado de me ajudar depositando um valor a mais na minha conta, eu tinha que ajudar. Ele já tinha caminhado mais de três horas. Ele chorou e disse que nunca tinha pedido dinheiro, mas eu disse para aceitar”, contou Ranaruza.
Ele recusou, mas por insistência da psicóloga, acabou aceitando a ajuda e pôde voltar para casa.
O desemprego
Natural do Rio de Janeiro, o homem disse que mora há 28 anos no Rio Grande do Norte. Em Natal, trabalhou 18 anos como maqueiro em um hospital que fechou em 2016. Ele diz que até hoje tenta receber os direitos trabalhistas.
“Fiquei trabalhando com bicos na construção civil, mas com a pandemia, ficou mais difícil. Passei 11 meses sem trabalhar e fui despejado da casa onde estava. Outra pessoa me ajudou alugando um a casa onde estou há poucos dias sem eu precisar depositar nenhum valor”, contou.
Sem dinheiro, o homem começou a andar mais de 4 horas por dia para entregar currículos em toda a cidade. “Ia sem alimentação mesmo”, contou.
Somente na quarta-feira, ele entregou mais de 40 currículos.
A virada