por Lucas Arraz
Baianos se dividem sobre texto da CPI | Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados
Quando o texto para a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Operação Lava Jato foi lançado, atraiu 190 assinaturas de deputados federais dos mais diversos partidos (veja aqui). O cenário mudou no Congresso e, nesta terça-feira (19), pelo menos 48 parlamentares pediram a remoção das suas assinaturas da relação. O pedido é contra o regimento interno da Câmara Baixa e a alegação para a retirada, de acordo com o que foi ouvido pelo deputado Cacá Leão (PP), está relacionada à dubiedade de um dos parágrafos do texto. “O último parágrafo [da proposta] foi escrito de uma forma e apresentado para os deputados de outra na hora de recolher as assinaturas nos corredores”, falou Cacá, que assinou a proposta, mas que pretende rever o texto. Para o líder petista no Congresso e autor da proposta, Paulo Pimenta (PT), que articulou o recolhimento de assinaturas para a instalação da CPI, as desistências são sinais de covardia parlamentar diante da pressão da opinião pública e de grupos ligados a procuradores e juízes que comandam a operação (saiba mais aqui). o deputado Félix Mendonça Júnior (PDT) preferiu não comentar a “covardia” citada por Pimenta, mas garante que vai retirar seu nome da relação dos apoiadores da comissão. “Existe a interpretação [do texto] para derrubar a Lava Jato e não sou a favor disso. Sou a favor das apurações”, comentou Félix. O pedetista falou em verificar com mais cuidado a proposta e reforçou a hipótese de “erro de comunicação” na hora de recolher as assinaturas. Outro baiano, Roberto Britto (PP), revelou que assinou, mas não viu direito o que estava assinando. “Segui uma orientação do partido”, confessou. O parlamentar também vai aguardar orientações para saber como procederá.