O desligamento da presidente do diretório municipal do Democratas, Maria Alice Araújo Pereira, e de todos os integrantes da comissão executiva em Itabuna, explodiu como uma bomba de alto impacto na área política e nos diversos setores da sociedade regional. A medida era esperada desde a campanha eleitoral que resultou na eleição do prefeito Fernando Gomes, sem contar com apoio do diretório do DEM na Bahia que investia num outro candidato inexpressivo, o qual também anunciou a sua desfiliação do partido.
A solenidade de exoneração e desfiliação ocorreu na segunda-feira(7), na sala de reuniões do Centro Administrativo Firmino Alves e contou com a presença do vice-prefeito Fernando Vita, que representou o prefeito; do presidente do PMDB, Antônio Cavalcante; do presidente do PRTB, Milton Gramacho, além dos vereadores Júnior Brandão, do PT e Robson Santos Sá –Robinho-, do PP, que também é líder do governo na Câmara Municipal.
Maria Alice fez um histórico da sua militância política como integrante do grupo do prefeito Fernando Gomes que ao longo de 40 anos, deixou o PMDB para se filiar ao PTB, depois ao PFL, o qual deu lugar ao DEM. Ela comparou o rompimento com uma separação de um casal, fazendo ao mesmo tempo um retrospecto do impasse entre o comando estadual do partido e o diretório local do DEM, que não recebeu nenhuma ajuda durante a campanha sucessória de 2016, enquanto a campanha de ACM Neto foi contemplada com R$ 900 mil e o filho do deputado federal José Carlos Aleluia, que foi candidato a vereador em Salvador recebeu R$ 180 mil.
Ela também não poupou criticas a ACM Neto, lembrando que “aquele que se diz líder não sabe nada e acabou apostando no candidato errado, quando Fernando Gomes enfrentando toda a sorte de dificuldades acabou eleito pela quinta vez, numa campanha difícil e sofrida”. Para a ex-presidente do DEM em Itabuna, “ACM Neto não manda na Bahia e não aprendeu com o avô a respeitar as lideranças políticas e quem tem voto como Fernando Gomes, que tem oito mandatos, cinco como prefeito e três como deputado federal”, complementou .
Maria Alice também fez questão de agradecer aos integrantes do diretório municipal que a acompanharam no pedido de exoneração e desfiliação do partido, citando entre os outros 45 nomes Herlon Brandão, com quem vem trabalhando há 40 anos, Adalmir Farias, Jorge Vasconcelos, Gabriel Nunes – que foi suplente do ex-senador ACM-, o ex-vice prefeito Antônio Vieira, o vereador Ronaldo Geraldo, José Orleans, Marcos Habib, Cleonice Almeida, José Henrique, além de outros militantes de primeira hora e que sempre tiveram atuação destacada no fortalecimento do partido.
Citando o prefeito Fernando Gomes, ela destacou que “o nosso partido é Itabuna e também lutamos por nossa cidade e o resgate do seu desenvolvimento”. Falou ainda que a saída do partido é resultado de um aprendizado da vida e das coisas, agradecendo a cada um dos companheiros que participou da longa jornada dos Democratas, enfatizando: “saímos de cabeça erguida, sabendo que quem está perdendo é o DEM, mas que vamos continuar a lutar em favor de Itabuna e porque precisamos trabalhar com quem nos entende, dividindo as alegrias e tristezas,” argumentou
Opiniões
O vice prefeito Fernando Vita (PMDB) apoiou a decisão do prefeito Fernando Vita, de Maria Alice e dos demais integrantes do diretório municipal, lamentando a ingratidão que fizeram a um grupo ao qual pertence há 40 anos, desde os tempos de filiação ao PMDB em 1967: “o comando do DEM na Bahia atingiu a Fernando Gomes, Maria Alice – que integrou a sua campanha como candidata a vice-prefeita em 1992 - e a todos nós de forma indistinta, além do mais, sempre fui contra qualquer tipo de opressão”.