Após 15 horas, oposição tenta acelerar discursos para não impedir votação no domingo
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Jovair Arantes (PTB-GO), relator do processo de impeachment acompanha discursos no plenário da Câmara ao lado do presidente da casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
Após mais de 15 horas ininterruptas de discursos em plenário e com quase duas dezenas de partidos ainda na fila para falar na madrugada deste sábado (16), os deputados da oposição começaram a fazer cálculos e demonstraram preocupação de que o atraso no cronograma dos trabalhos comprometa a votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
A ideia era que a votação começasse entre 14h e 16h do domingo, possibilitando ampla divulgação em meios de comunicação, inclusive com transmissão ao vivo. Mas seguindo o ritmo atual, as falas partidárias acabariam apenas às 5h da manhã de domingo. Depois, se iniciariam as falas individuais, de 3 minutos cada, para as quais mais de 200 deputados já estão inscritos. Tudo isso sem qualquer intervalo. "A votação ocorreria só na madrugada de segunda-feira. Precisamos encontrar uma solução", disse o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (DEM-PE).
Ao deixar a Câmara pontualmente à meia-noite deste sábado, o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), minimizou os atrasos e garantiu que não há risco de o prolongamento de falas inviabilizar a votação do pedido de impeachment na tarde de domingo, conforme programado.
Segundo disse Cunha, em último caso o plenário da Câmara pode encerrar as discussões por volta das 10h de domingo a partir da aprovação de requerimento de encerramento de discussão após as falas de três deputados favoráveis e outros três contrários ao pedido de impeachment durante a sessão programada para discursos individuais. "Estou de plantão, qualquer emergência eu volto", disse Cunha ao deixar a Câmara.
Não há previsão para o encerramento das discussões porque é preciso esgotar a lista dos 25 partidos que têm o direito de discutir a matéria. Cada legenda pode falar por até uma hora. Apenas oito usaram a palavra até agora: PMDB, PT, PSDB, PP, PR, PSD, PSB e DEM. Além disso, os deputados podem falar no tempo reservado às comunicações de liderança a cada nova sessão aberta, dentro de um limite de duas horas, dividido proporcionalmente ao tamanho das bancadas.