Fiji é um país sem tradição alguma no futebol e que ocupa somente a 182ª posição no ranking da Fifa. No Rio de Janeiro, em agosto, fará a sua primeira aparição em Jogos Olímpicos e é forte candidato a ser um saco de pancadas.
Mas a seleção deste pequeno país da Oceania conseguiu um feito impressionante em seu caminho para Olimpíada. No dia 5 de julho do ano passado, em partida dos Jogos do Pacífico – competição que serviu como qualificatória para a Rio-2016 -, anotou 38 gols e não levou nenhum. O adversário era a frágil Micronésia.
O jogo foi válido pela primeira fase do torneio, mas não foi considerada pela Fifa a maior goleada da história pois a Micronésia não é filiada à entidade e aconteceu em um torneio sub-23. Assim, o recorde segue pertencendo à Austrália, que fez 31 a 0 sobre Samoa Americana nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2006.
Para se ter uma ideia da fragilidade dos adversários de Fiji nesta partida histórica, dois dias depois a Micronésia conseguiu levar 46 a 0 do também inexpressivo Vanuatu, seleção que acabou superada pelos fijianos na final do torneio. Após empate em 0 a 0 no tempo normal, Fiji ficou com a vaga no Rio ao fazer 4 a 3 nos pênaltis. Vanuatu havia protagonizado a maior zebra do torneio ao bater a favorita Nova Zelândia.
O maior destaque de Fiji naquela goleada sobre a Micronésia que marcou a campanha foi Antonio Tuivuna. O volante de 21 anos anotou impressionantes dez gols.
“Nunca havia conseguido nada parecido, Foi meu recorde pessoal. Estava me sentindo muito bem naquele dia. Foi um grande feito e que ficará marcado para sempre ter feito 10 gols em um jogo da minha seleção”, afirmou o jogador em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.
Tuivuna, que defende o Suva F.C – equipe da primeira divisão de Fiji e que participa frequentemente da Copa dos Campeões da Oceania – já é nome certo na Olimpíada e espera utilizar o torneio para se mostrar ao mundo.
“Espero conseguir um contrato para jogar no Brasil ou em qualquer outro país”, afirmou Tuivuna, que garante viver apenas do futebol em Fiji e não precisar fazer bicos em outras áreas, como é comum em muitos times da Oceania.
Fã do zagueiro Thiago Silva, Tuivuna afirma não conhecer nenhum time do futebol brasileiro, mas revela que seu desejo é enfrentar a seleção brasileira na Olimpíada do Rio e poder travar disputas com Neymar.
“Amaria ter esta oportunidade”, disse o volante.
O sorteio dos grupos olímpicos acontecerá nesta quinta-feira no Maracanã, e por ocupar o pote 3 Fiji poderá cair no grupo do Brasil, que é um dos cabeças de chave da competição.
Tuivuna também quer aproveitar o tempo que passará no Brasil para conhecer pontos turísticos. Mas admite pouco conhecer sobre o país.
“Eu não sei nada sobre o Brasil; A única coisa que sei é que os brasileiros são os reis do futebol e produziram diversos jogadores lendários”, completou. UOL
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