Defender o Red Bulls, dos EUA, não foi apenas uma decisão familiar. Obviamente, como Juninho faz questão de deixar claro, o ambiente que o Vasco vive atualmente influenciou, e muito, na escolha de não renovar seu vínculo com o clube. Em sua primeira entrevista após ter definido seu futuro profissional, o Reizinho revelou detalhes que tanto o incomodavam no dia a dia da Colina e garantiu que, se a situação fosse diferente, sequer teria ouvido outras propostas.
- Se o clube fosse organizado, meu contrato já teria sido renovado há muito tempo. Não teria que ouvir outras propostas. E não quero correr o risco de manchar tudo o que já fiz pelo Vasco. Há muita coisa errada. O ambiente no dia a dia é duro, é sujo e não posso ser escudo para isso tudo. Tenho somente que jogar futebol, é desta forma que eu poderia ajudar. E, dentro do campo, eu me garanto. Nada mais do que isso. A situação que o Vasco vive é propícia para oportunistas, como ex-dirigentes, conselheiros e até jornalistas. É coisa de euriquista, imagino que seja - desabafou Juninho, por telefone, ao LANCE!Net.
Quanto a algumas críticas sobre sua saída, em um dos momentos mais complicados do clube, o Rei foi enfático:
- Acho uma grande sacanagem, uma covardia, que se analise desta forma. Eu sou profissional, tenho que jogar futebol. Retornei para pagar uma dívida que tinha e renovei três vezes meu contrato, mesmo com a situação difícil. Eu tinha o direito de, após um ano e meio de muita dedicação, optar por algo que fosse melhor para a minha carreira. Acho que falar que abandonei o clube, ou algo assim, é uma grande sacanagem. Mas respeito opiniões. Dentro de campo, fiz de tudo pelo Vasco.
Juninho destacou ainda que acredita em uma volta por cima do Vasco, com as contratações de René Simões, Ricardo Gomes e Cristiano Koehler, mas que as transformações positivas vão acontecer a longo prazo. Algo que, para ele, não seria viável, pois pensa em terminar a carreira no fim de 2013.
- Acredito que as coisas vão mudar. O primeiro acerto para que as coisas melhorem foi a contratação desses profissionais. Mas isso será a longo prazo, não vai ser da noite para o dia. E eu não tenho tempo, em breve vou terminar a carreira e não teria mais como ajudar. Não tenho mais 23, 24 anos. O clube continua, mas o jogador passa. É assim que é. O René e o Cristiano estão vendo isso e vão tentar mudar.
Veja a entrevista com Juninho na íntegra:
O que pesou em sua escolha?
Para responder isso preciso é voltar na minha reapresentação no clube. Eu falava que não estava voltando por voltar. Não estava voltando por não ter mais clube lá fora. Eu tinha uma proposta excelente para continuar no Qatar, de mais dois anos. Quando aceitei voltar para o Vasco meu presidente lá falou que era a opção errada. Mas voltei, com contrato de seis meses e ganhando salário mínimo com premiações, mesmo com o Vasco oferecendo um contrato de R$ 500 mil. Apesar de certo receio, saiu tudo bem e, depois de seis meses, renovei. E também não tinha noção que a situação do clube seria tão difícil como é. Depois de um ano e meio, me dei ao direito de analisar outra situação profissional, pois sou jogador, não tenho que fazer outra coisa. Fiz o que podia fazer durante esse tempo. E vale lembrar que não teve quebra de contrato.