O diretor-geral do ONS (Operador Nacional do Sistema), Hermes Chipp, descartou que uma sabotagem possa ter causado o apagão que atingiu o Norte e o Nordeste do país nesta madrugada.
A afirmação ocorreu após o ministro interino de Minas e Energia, Márcio Zimmermann (Minas e Energia), afirmar que a hipótese não estava descartada. Zimmermann havia dito que a alternativa poderia ser considerada, “mas de forma serena”.
“A partir do momento que há eventos que probabilisticamente são raros, nós trabalhamos para aprofundar todas as alternativas, então você pode considerar isso [sabotagem], mas de forma serena”, disse, ao ser questionado sobre o assunto.
Ao ouvir a declaração, Chipp, do ONS, fez uma intervenção e remendou o ministro.
“Não há hipótese de sabotagem, isso seria viável se fosse provocado um dano ou vandalismo, mas o que ocorreu foi um problema na proteção local que falhou. O aparelho que teve problema fica dentro de um painel lacrado”, completou.
A falha ocorreu no circuito da linha de transmissão em 500 KV Colinas-Imperatriz.
Todas as quatro falhas que ocorreram no sistema elétrico recentemente incluíram problemas na proteção primária da rede elétrica das empresas.
RELATÓRIOS
Quando comentou a possibilidade de sabotagem, o ministro interino disse que,, antes de que a polícia seja convocada a participar das investigações, é preciso aguardar os relatórios técnicos sobre o episódio.
Segundo ele, “dezenas de profissionais” estão trabalhando para avaliar as causas do problema. “Por enquanto não teria sentido, mas a probabilidade de ocorrer consecutivas falhas no sistema interligado brasileiro é muito pequena e nunca tivemos uma situação dessas”, completou.
Zimmermann disse, ainda, que o governo se preocupa com o novo caso de apagão porque as chances de outra falha de grandes proporções em um intervalo de 35 dias é “praticamente zero”.
Na manhã de hoje, equipes coordenados pelo Ministério de Minas e Energia foram enviadas para colaborar com a análise e inspeção dos equipamentos que falharam.
Os relatórios feitos por essas equipes ainda não têm prazo final de entrega, mas o ministro interino afirmou que cobra agilidade.