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sábado, 3 de fevereiro de 2024

‘Abin paralela’ imprimiu relatório sobre delegado do caso Marielle

PF investiga se estrutura da Abin foi usada para monitorar ilegalmente as investigações do assassinato, durante o governo Bolsonaro
Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil
Além do currículo da promotora de Justiça do Rio de Janeiro Simone Sibilio, que apurava a execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, integrantes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) imprimiram arquivos relacionados ao delegado que conduzia investigações sobre o caso.

De acordo com informações do jornal O Globo, agora a Polícia Federal (PF) investiga se a estrutura da chamada “Abin paralela” espionou ilegalmente as investigações a respeito do assassinato de Marielle, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

Segundo a publicação, registros analisados pela PF e recuperados pela Controladoria-Geral da União (CGU) mostram que o policial federal Marcelo Bormevet, nomeado na Abin durante a gestão de Alexandre Ramagem (2019-2022), imprimiu em setembro de 2020 um relatório sobre o delegado Daniel Freitas, que, à época, investigava o caso.

Conforme o jornal, o delegado foi afastado do caso no mesmo mês por determinação do secretário da Polícia Civil do Rio, Allan Turnowski, que mudou a estrutura da delegacia responsável pela investigação do assassinato da vereadora do Psol. Procurado pela reportagem, Daniel Freitas preferiu não comentar o assunto.

O uso da estrutura da Abin para monitorar o caso também foi registrado em junho de 2021, quando outro agente da PF cedido à agência imprimiu um documento relacionado à federalização do caso Marielle. À época do documento impresso, Felipe Arlotta cumpria missões na Abin sob o comando de Ramagem.

Segundo O Globo, na investigação da “Abin paralela”, a PF encontrou indícios de que Arlotta também monitorou um jantar do então presidente da Câmara Rodrigo Maia, em 2019, “sob as ordens de Alexandre Ramagem”.

A PF e a CGU também apontam que o próprio Ramagem teria impresso “algumas anotações sobre a investigação em curso” do caso Marielle, em dezembro de 2019. Isso teria ocorrido dois meses após a Abin imprimir um resumo do currículo da promotora Simone Sibilio, que coordenava o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e atuou na força-tarefa do inquérito sobre o assassinato da parlamentar.

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