Caso Solange Almeida
Por Ana Clara Pires
Foto: Reprodução
A cantora Solange Almeida contou que está passando por um tratamento especial para tratar o vício em cigarro eletrônico e os prejuízos que o uso causou a sua saúde. Atualmente, Solange está fazendo acompanhamento de fonoterapia para se recuperar. Via Bahia Noticias
"Fui usuária durante oito, nove meses. Aquela coisa de ver amigos usando, eu nunca tinha usado. Escutava que era à base de água, que não tinha nicotina e não fazia mal. Com o tempo, comecei a sentir dificuldade para respirar, minha voz não era a mesma”, contou a cantora.
Para saber sobre as consequências do cigarro eletrônico e entender o que diferencia ele do cigarro de nicotina comum, o Bahia Notícias conversou com a fonoaudióloga Emile Rocha que começou apontando como o uso dessa droga pode afetar a carreira de cantores.
“Cigarros eletrônicos vem comprometendo principalmente o sistema respiratório cardiovascular. Daí se acomete o sistema respiratório, e então vai acometer a qualidade vocal, porque a fonação da voz nada mais é que o som oriundo da vibração das pregas vocais, que tem como principal fonte de energia a respiração que vem dos pulmões.”
Ela prosseguiu contando que a partir daquele primeiro problema vão surgindo outras comorbidades que podem, no fim, causar câncer de pulmão, de boca, de laringe. “Se tiver câncer de laringe vai precisar fazer radioterapia ou quimioterapia associada. Pode, também, precisar fazer uma cirurgia de laringe. Então consequentemente, a gente vai ter que fazer uma laringectomia que pode ser parcial ou total”, pontuou.
E continua: “Sendo total, essa pessoa não vai poder mais realizar atividade do canto, não vai poder ser mais profissional da voz de alta performance, como é o cantor. E se for tirar é parcialmente também a depender do tamanho a sequela vai ser grande para sua carreira”.
Por fim, a fonoaudióloga apontou quais são as diferenças entre as consequências do cigarro de nicotina comum e do cigarro eletrônico. “Quando a gente pensa no cigarro tradicional, que virou moda entre aspas lá na década de 70, a gente já sabe que tem muitos estudos relacionados aos acometimentos vocais e também respiratórios. A associação do cigarro comum com o vício da bebida alcoólica é extremamente perigosa que pode levar ao câncer de laringe”, explicou.
“E quando a gente fala de vape ou cigarros eletrônicos, já observamos que estudos relatam a presença de irritação, inflamação na laringe, tosse e consequentemente o edema da prega vocal, que vai ocasionar uma rouquidão. A gente tem que lembrar que existem os cigarros eletrônicos que possuem a nicotina associada a outras substâncias que também são nocivas à qualidade vocal e a parte também respiratória”, finalizou Emile.
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