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Os trabalhadores da Bahiagás estão mobilizados, na manhã desta quarta-feira (6), para protestarem contra a privatização da empresa pelo o Governo do Estado. A manifestação aconteceu na porta da empresa, localizada na Avenida Magalhães Pinto, no bairro da Pituba. Por BN
A Bahiagás tem hoje 250 trabalhadores diretos e outros funcionários indiretos, distribuídos na cadeia de distribuição de gás canalizado para o setor industrial e de serviços, segundo o Sindiquímica Bahia e da Central Única dos Trabalhadores (CUT Bahia).
O Governo da Bahia atualmente é sócio majoritário e administra a empresa de economia mista, que é a maior distribuidora de gás natural do Nordeste e a segunda maior do Brasil, de acordo com o sindicato.
Os trabalhadores da Bahiagás exigem do atual governo da Bahia uma demonstração de que realmente é contra a privatização da empresa, fazendo o imediato distrato com o grupo Genial, contratado para realizar estudos sobre viabilidade da venda da empresa.
Além disso, cobram a revogação da Lei Estadual nº 7.029 de 1997, que autoriza o Poder Executivo a promover a desestatização da Companhia.
“A Bahiagás atende hoje a rede residencial, restaurantes e hospitais, taxistas e motoristas de aplicativo, além das indústrias. O Polo Petroquímico de Camaçari não existe sem gás natural, que entra como matéria-prima, como combustível e como redutor siderúrgico”, disse Apulcro Mota, funcionário da Bahiagás há 18 anos.
“Sabemos dos prejuízos que a privatização traz para a economia, para a indústria, para os trabalhadores. Impacta negativamente também a renda das famílias, com aumento de preços, como ocorreu após a venda da Refinaria Landolpho Alves pelo governo Bolsonaro. A Bahia passou a pagar o combustível mais caro do país e pode ocorrer o mesmo com o preço do gás natural, o GNV, fornecido pela Bahiagás”, explicou Alfredo Santos Jr., diretor do Sindiquímica Bahia e da Central Única dos Trabalhadores (CUT Bahia).
Nesta terça-feira (05), um grupo de trabalhadores e dirigentes do Sindiquímica Bahia realizaram reunião com o secretário de Desenvolvimento Agrário do Estado da Bahia, Osni Cardoso, que demonstrou apoio à luta contra a privatização da Bahiagás.
Uma audiência pública, realizada no último dia (14), na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), reuniu trabalhadores, sindicalistas e parlamentares para discutir o papel estratégico da Bahiagás para o setor industrial e os prejuízos da privatização da empresa.
Durante a audiência pública foi lançada a Frente Parlamentar em Defesa do Emprego e da Indústria da Bahia. Nacionalmente, o Governo federal, liderado pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) tem demonstrado se opor à entrega de setores estratégicos, como gás e energia, para a iniciativa privada.
“Nas últimas eleições, os brasileiros, e especialmente, os baianos, fizeram uma escolha por uma política de defesa do patrimônio nacional e do controle do estado em setores estratégicos, como gás e energia. Assim como o Governo Federal tem demonstrado o respeito à decisão das urnas, fortalecendo empresas como a Petrobras, o governo da Bahia deve demonstrar esse alinhamento. Privatizar a Bahiagás é trair os baianos”, completa Alfredo Santos.
Na última segunda-feira (4), a reportagem do Bahia Notícias já tinha antecipado que funcionários da Bahiagás relataram abordagem “ostensiva” de consórcio nos trabalhos para privatização.
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