Ainda que tenha conseguido vender pouco mais de R$ 1 bilhão em cotas de publicidade, a Rede Globo sairá no prejuízo na transmissão da Copa do Mundo de 2022. Dentre os motivos, estão desde o preço dos direitos de transmissão até os gastos para mandar a equipe para a cobertura no Catar, onde será realizado o evento. É o que mostra reportagem publicada no portal Notícias da TV na segunda-feira 22.
Segundo o portal, alguns valores explicam essa operação no vermelho. Cada cota na TV aberta foi vendida por R$ 175 milhões. A emissora, contudo, não fica com o valor total da cota da Copa. Parte do dinheiro das vendas é repassada em forma de comissão para as agências que intermedeiam as negociações. Entram na conta também os impostos que incidem nas transações.
Além disso, por ano, a Globo paga US$ 90 milhões para a Federação Internacional de Futebol para ter eventos da entidade máxima do futebol. No câmbio atual, o valor é de R$ 466 milhões.
Existe, também, o valor da renegociação da dívida de uma parcela não paga pela TV à entidade em 2020, feita após uma briga judicial no auge da pandemia. Esse valor está na casa dos US$ 30 milhões (R$ 155 milhões na cotação atual). Ou seja, ao somarmos os valores, só de custos com direitos serão R$ 621 milhões.
Para viabilizar a cobertura do evento, a Globo ainda precisa investir na produção, com o pagamento de hospedagem, alimentação e passagens para os profissionais, além de outros custos da viagem.
O diretor de finanças, jurídico e infraestrutura da emissora, Manuel Belmar, em uma live para funcionários no último mês de junho, admitiu que a Globo terá prejuízo com o evento. O diretor, no entanto, prometeu uma Copa de “resultados altos e com boa entrega para o público”.
Valores abaixo do esperado
A Globo também não teve sucesso na venda das cotas, informa o Notícias da TV. A emissora fez estudos de viabilidade para dispor ao mercado cotas por R$ 250 milhões, cerca de 42,6% maior do que o preço aplicado. Só assim a empresa teria lucro com a cobertura da Copa do Mundo deste ano e cobriria todos os custos.
Entretanto, ao checar com agências de publicidade, o teto do mercado publicitário seria de R$ 175 milhões por cota. Foram dois os motivos alegados. O primeiro é a crise econômica que o Brasil vive, com desaceleração de investimentos em várias áreas. O segundo é a incerteza por causa do ano eleitoral. Revista Oeste
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