Até esta quinta (16) foram 147 casos confirmados em Salvador e uma morte.
Foto: Nara Gentil/CORREIO
Salvador já vive uma epidemia de gripe. De segunda-feira (13) para a quinta-feira (16) os casos de infecção pelo vírus Influenza mais que dobraram na cidade e houve alta de 162,5%, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS). São 147 confirmações até agora, sendo 38 em apenas 24 horas (de quarta para ontem). Nas secretarias da prefeitura, quatro titulares estão afastados por sintomas gripais.
A maioria dos casos na capital é da variante H3N2 (98%, ou seja, 144 notificações). Essa mutação do vírus Influenza A já causou a primeira morte na Bahia, anteontem, de uma mulher de 80 anos, segundo confirmou a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab).
Até o Google tem sido mais usado para pesquisar sobre a doença. A busca pela palavra “gripe”, na Bahia cresceu 810% desde o domingo (05). A escritora Luana Rabelo, 22 anos, foi uma das pessoas que gripou. “Dois anos evitando pegar covid para ficar dois dias derrubada por causa dessa gripe nova”, relatou pelo Twitter.
Ela diz que cancelou todos os compromissos da semana e que ficou de cama na terça e quarta-feira. Ontem, sentiu uma melhora. “Já voltei a trabalhar, em home-office”, conta.
Os dois irmãos dela também ficaram doentes, o que nunca tinha acontecido antes, segundo a mãe de Luana. “Ela teve que se revezar entre os três quartos para dar remédio. Ninguém nunca tomou vacina aqui e nunca pegou gripe forte. Já peguei outras gripes, mas descansei um dia e depois ela passava. Mas, essa, realmente, está diferente. Cheguei a ficar enjoada e meu irmão vomitou”, detalha Luana. Ela sentiu dor de cabeça, febre, dor de garganta, coriza e enjoo. E conhece, pelo menos, 10 pessoas que também pegaram o vírus.
Já a professora de capoeira Carla Patrícia Lima, 40, começou a ter sintomas na noite de domingo (12). “Gripe me deixa muito indisposta, com muitas dores no corpo e cansaço. Não lembro o último dia que tive uma gripe dessa”, conta ela, que tomou a vacina , ainda mantém a máscara e foi na emergência na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Brotas, na manhã de ontem. “Tenho mãe idosa e não posso vacilar”, diz. O médico pediu para que ela tratasse a febre com dipirona e, para a gripe, Cimegripe.
A doença também pegou de jeito uma advogada que não quis se identificar e o juiz responsável pelo processo em que ela atua, que está afastado. O problema é que a ação está em fase de execução e não citaram a defensora na intimação. Por isso, ela não pôde se manifestar sobre o bloqueio dos bens da empresa de combustíveis para a qual advoga. Foram bloqueados R$ 2,5 milhões e a advogada precisa resolver a questão até hoje, antes do recesso do Judiciário. Caso contrário, há o risco de 250 pessoas não receberem o salário e nem 13º.
“É uma responsabilidade muito grande, dá vontade de chorar. Estou na esperança de conseguir falar com o juiz substituto e posso tentar recurso em caráter de emergência, mas a chance de isso acontecer até o final do ano é quase nula”, desabafa.
A advogada também sente sintomas como tosse, moleza e febre. Ela foi em uma emergência hospitalar na quarta-feira (15) e confirmou que não era covid-19 após fazer o teste. Além dela, outras quatro pessoas da sua empresa também estão gripados.
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