Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, deve responder às ameaças do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre as eleições de 2022 durante o discurso de retomada dos julgamentos da Corte, que acontece na próxima segunda-feira (2). Segundo o Estadão, o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, enviou um interlocutor avisar aos Poderes que não haveria eleições no próximo ano se o voto impresso não for aprovado.
O esperado é que Fux discursse em defesa da democracia, destacando que os Poderes não podem extrapolar os papéis no Estado de Direito. Ainda segundo o Estadão, o ministro avalia citar nominalmente as Forças Armadas e Braga Netto, que teriam gerado a crise política. Também existe a possibilidade de a declaração ser mais geral, evitando conflitos no meio militar. Mas, mesmo assim, sinalizando aos outros Poderes o comprometimento do Supremo com a estabilidade democrática.
Na próxima semana, Fux também deve se reunir com Bolsonaro e os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (Progressistas-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), respectivamente. O encontro estava marcado para o último dia 14, mas foi desmarcado porque Bolsonaro precisou passar por tratamento médico de emergência (lembre aqui). Pouco antes da data prevista, no dia 12, o ministro chamou o presidente ao Supremo para selar um acordo de paz e pediu ao presidente que ‘respeitasse os limites da Constituição’. Bolsonaro teria se comprometido a moderar os ataques aos ministros do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Na última quinta-feira (29), o ministro Luis Roberto Barroso (STF) criticou a adoção do voto impresso. “O discurso de que se eu perder houve fraude, é um discurso de quem não aceita a democracia”, afirmou. No mesmo dia, Bolsonaro prometeu apresentar provas de que as eleições de 2014 e 2018 foram manipuladas. Mas na rotineira transmissão ao vivo nas redes sociais, admitiu não ter provas, somente “indícios” (veja aqui).
Durante as duas horas de transmissão, também exibida pela TV Brasil, o presidente chegou a usar informações falsas para contestar a segurança da urna eletrônica, repetiu ataques ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a Barroso. Durante o discurso, o TSE chegou a rebater as acusações por checagens enviadas à imprensa.
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