Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil
O Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública da União (DPU) ajuizaram uma ação civil pública contra a União e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), por prática de racismo após se referir ao cabelo "black power" de um apoiador negro como um "criador de barata".
Segundo o jornal O Globo, a fala de Bolsonaro aconteceu durante uma conversa com simpatizantes na saída do Palácio da Alvorada, no dia 8 de julho. O presidente se referiu ao apoiador, o missionário Maicon Sullivan, como um "criador de barata".
"Como está a criação de barata ai? Olha o criador de barata aqui", afirmou Bolsonaro, rindo e apontando para Sullivan. "Você não pode tomar ivermectina que vai matar seus piolhos", continuou.
Na ação, o MPF e a DPU, argumentam que os atos praticados por Bolsonaro reforçam "estereótipos raciais negativos e caracterizam discriminação e intolerância contra pessoas negras". Ainda segundo o jornal O Globo, o presidente já havia feito comentários semelhantes ao missionário em maio, também durante conversa no Alvorada.
Após as declarações do dia 8 de julho, que deram origem a ação, Bolsonaro convidou Sullivan para sua live semanal e disse que os comentários foram uma brincadeira. Já o apoiador negou que tenha se ofendido. Em seguida, Bolsonaro voltou a comentar sobre o cabelo de Sullivan e perguntou quantos banhos ele tomava por mês.
O MPF pede que as declarações, consideradas ofensivas, sejam retiradas das redes sociais de Bolsonaro e da rede oficial da Presidência da República. Além disso, solicitou que o presidente seja condenado a publicar uma retratação nos meios de comunicação oficial e na grande imprensa.
A ação também prevê o pagamento de indenização por dano moral coletivo, no valor mínimo de R$ 5 milhões, que será revertido ao Fundo de Direitos Difusos.
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