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sábado, 24 de outubro de 2020

Vermífugo nitazoxanida reduz carga viral, mas não risco de morte por Covid

Foto: Reprodução/Canaltech
O medicamento nitazoxanida, vermífugo alvo de estudo anunciado pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação nesta semana, reduz carga viral, mas não o risco de morte nem sintomas graves da infecção pela Covid-19. A conclusão foi feita por especialistas que analisaram a pesquisa e concederam entrevista ao portal G1. 

O estudo foi publicado nesta sexta-feira (23). A análise feita por especialistas identificou que o medicamento não atende aos objetivos principais do tratamento, como redução dos casos graves e do risco de morte pela doença.

"O objetivo principal do estudo, reduzir mortes e sintomas graves da Covid-19, não foi alcançado. Foi apresentado apenas um objetivo secundário, de que o medicamento é capaz de reduzir a carga viral. Isso, na prática, não resolve o problema do coronavírus", afirmou o epidemiologista Paulo Lotufo.

O estudo traz dados que mostram que o vermífugo nitazoxanida reduziu a carga viral em pacientes com sintomas leves e diminuiu a febre em pacientes no início do tratamento.

"A nível de tratamento da Covid, o benefício do uso da droga parece ser muito baixo. Como são indivíduos com casos leves, essa redução na carga viral não traria grandes reflexos a nível de transmissão da doença", conclui o virologista Anderson Brito, do departamento de epidemiologia da Escola de Saúde Pública da Universidade de Yale, nos Estados Unidos.

Ao observar o artigo, o infectologista Alberto Chebabo afirmou em entrevista ao G1 que o medicamento não foi capaz de reduzir hospitalizações nem sintomas graves.

Anderson Brito ainda explica que a carga viral é uma medida aproximada da quantidade de vírus em uma amostra extraída do paciente, traz a reportagem. "Essa medida é feita medindo-se a quantidade de material genético do vírus por mL", disse. Diante disso, o especialista destacou que em casos graves, há estudos que mostram uma associação entre carga viral e risco de morte. "Não é esse o caso desse estudo, que focou em casos leves da Covid", afirmou Brito.

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