Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo
O Ministério Público do Rio informou nesta quarta-feira que o depoimento do porteiro do condomínio do presidente Jair Bolsonaro sobre a liberação da entrada do ex-PM Élcio Queiroz não é compatível com a gravação da chamada feita pelo interfone da portaria. O áudio mostra que quem autorizou a entrada de Élcio foi o sargento aposentado da Polícia Militar Ronnie Lessa.
Ronnie e Élcio são acusados de matar a vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes no dia 14 de março de 2018. Eles estão presos na Penitenciária Federal de Porto Velho.
Segundo o MP-RJ, o porteiro pode ser processado por falso testemunho, caso seja comprovado que mentiu em depoimento. Em um primeiro momento, a promotora Simone Sibilio, responsável pelo caso, chegou a afirmar que o porteiro havia mentido.
— (O porteiro) Mentiu. As testemunhas prestam depoimento, e o MP checa. Nada passa sem ser checado — disse a promotora.
Ao retomar o assunto, Sibilio evita afirmar novamente que o porteiro mentiu:
— A prova técnica juntada aos autos mostra que no dia 14/03/2018 às 17h07, quem autoriza a entrada de Élcio Queiroz no condomínio é Ronnie Lessa.
Ao ser questionada se o porteiro pode ser processado, ela responde:
— Qualquer testemunha que mente, seja o porteiro ou qualquer outro, podem ser processados. Ele e todos os demais que mentem.
A gravação também contradiz o registro de entrada da portaria que informa que Élcio teria ido para a casa número 58 de Bolsonaro.
— O porteiro pode ter lançado o número 58 por vários motivos. Esses motivos serão apurados — informou a promotora. O Globo
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