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quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Baianos reduzem consumo de peixes e frutos do mar; restaurantes sentem diferença

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Após a contaminação, por meio de manchas de óleo percebidas no litoral brasileiro desde o mês de agosto no litoral dos Nordeste foi constatado em pesquisa, feita pelo Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), que foram encontrados cerca de 30 animais marinhos contaminados pela substância nas Praias do Forte, Itacimirim e Guarajuba, Região Metropolitana de Salvador (RMS), trazendo uma certa preocupação principalmente aos restaurantes e consumidores.

A reportagem investigou se a população está com receio de consumir os animais marinhos, se os restaurantes estão tendo prejuízo com a atual situação e entrou em contato com 34 baianos, por meio das redes sociais, para discutir sobre a possibilidade do consumo ou não de peixes e frutos do mar. Dos leitores consultados, 26 afirmaram que não comeriam e 8 afirmaram que comeriam só se fossem produtos congelados, antes da contaminação, ou em locais de confiança que já costumam ir.

A estudante Labelle Fernanda, de 21 anos, declarou que comeria, mas dependendo do local em que ela fosse consumir o prato. “Um temaki de salmão, por exemplo, eu comeria em um lugar onde eu já estou acostumada a comer, mas o peixe puro em qualquer lugar, talvez não”. Ainda se tratando de pessoas que comeriam peixes e frutos do mar, Ítalo Juan, 21, consumiria também em locais conhecidos. “Eu comeria na minha cidade Irecê, mas não em pontas de esquinas onde não conheço a procedência”, declarou estudante.

Restaurantes
A reportagem foi a dois restaurantes em Salvador, que têm como pratos principais peixes e frutos do mar. O gerente Agnailton Lima da Silva, 34, do Caranga Bar e Restaurante, afirmou que já começou a sentir o impacto no negócio. “Agora o movimento caiu, principalmente nesse final de semana. Tínhamos uma média de 80 mesas e tivemos só 50 desta vez, e as pessoas quando vêem é para comer apenas carnes”, ressaltou.

Já o gerente do Ki Mukeka, Agnaldo Santos, 59 anos, afirmou que não houve redução na demanda da clientela e garantiu que os pratos comercializados vêm de fora da Bahia com segurança.

Segundo informações do colegiado do curso de graduação em Engenharia Pesca, da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), não há estudos que possam comprovar de fato os impactos, pois é algo recente, mas existem relatos dos comerciantes sobre vestígios do óleo em organismos aquáticos, como peixes, moluscos bivalves e outros. Muitos mercadores de pescado, restaurantes e comércios alimentícios, que tem em seu cardápio frutos do mar, tem tido redução em suas vendas e a alteração do cardápio, pelo receio de algum tipo de intoxicação química. *VN

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