O prefeito de Coari, no interior do Amazonas, Adail Filho (PP), se entregou no fim da manhã desta quinta-feira (26) ao Ministério Público do Amazonas (MP-AM). Ele e a irmã, a deputada estadual Mayara Pinheiro (PP), são alvos da Operação Patrinus, que investiga um esquema de corrupção no município que envolveria políticos e empresários. De acordo com o MP, cerca de R$ 100 milhões teriam sido movimentados pela ação criminosa.
Os mandados começaram a ser cumpridos por volta das 6h. Adail chegou a ser considerado foragido pelo MP-AM por algumas horas. Segundo o site G1, a assessoria de comunicação do prefeito disse que ”as acusações são graves”, mas que prestará todos os esclarecimentos desejados pela Justiça.
Outros dois homens foram presos até o fim da manhã desta quinta-feira (25): o sócio de uma rede de supermercados de Manaus e um sargento da Polícia Militar. Uma terceira prisão deve ser cumprida até o fim do dia, segundo o MP-AM. Foram expedidos quatro mandados de prisão temporária e 70 mandados de busca pessoal e de busca e apreensão, cumpridos em domicílios, órgãos públicos e em sedes de empresas.
A ação contou com quatro Promotores de Justiça e mais de 160 policiais, além de quatro técnicos da Controladoria-Geral da União (CGU), e a força policial cedida pela Delegacia-Geral da Polícia Civil do Estado do Amazonas. Segundo o MP-AM, as investigações levaram mais de 18 meses. O órgão apura situações que aconteceram durante os anos de 2017 e 2018.
Os valores envolvem fraudes a licitações, dispensas indevidas de licitações e contratos superfaturados, dos quais serão aferidos os valores efetivamente desviados. A Operação Patrinus contou com a atuação de quatro Promotores de Justiça e mais de 160 policiais, além de quatro técnicos da Controladoria-Geral da União (CGU), e contou com a força policial cedida pela Delegacia-Geral da Polícia Civil do Estado do Amazonas.
Família investigada
Adail Filho e Mayara Pinheiro são filhos de Adail Pinheiro – acusado de chefiar uma rede de pedofilia em Coari. Pinheiro foi preso pela primeira vez em 2008 durante a Operação Vorax, da Polícia Federal, por suspeita de desviar mais de R$ 40 milhões. À época, os policiais também colheram indícios de que Adail chefiava uma rede de exploração sexual que contava com servidores públicos para identificar e aliciar as vítimas. Em 2014, o ex-prefeito ele foi denunciado por pedofilia e condenado por comandar um esquema milionário de fraudes em licitações e desvios de recursos públicos na Prefeitura de Coari.
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