por Folhapress
Militares venezuelanos dispersaram neste sábado (23) com gás lacrimogêneo e balas de borracha dezenas de pessoas que tentavam chegar à Colômbia por uma ponte fronteiriça em Ureña (Táchira), que teve o fechamento ordenado na noite de sexta (veja aqui) pelo regime do ditador Nicolás Maduro para evitar a entrada de ajuda humanitária.
"Queremos trabalhar", gritava a multidão diante de oficiais da Guarda Nacional que bloqueavam a ponte Francisco de Paula Santander, uma das quatro que ligam o estado venezuelano de Táchira ao departamento colombiano Norte de Santander.
Segundo a agência de migração da Colômbia, três militares da guarda deixaram seus postos na manhã deste sábado, antes da entrega prevista da ajuda.
Os militares pediram ajuda da agência, segundo a organização.
Moradores de Ureña pediam aos militares autorização para atravessar a ponte, como fazem cotidianamente.
Após momentos de tensão, os militares avançaram e começaram a disparar bombas de gás lacrimogêneo. Os moradores responderam com pedras.
Cerca de 40 mil venezuelanos cruzam diariamente as fronteiras em Táchira, segundo autoridades migratórias. A maioria volta ao país após trabalhar ou comprar remédios e outros produtos em escassez.
Na noite de sexta, a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, anunciou o fechamento da fronteira venezuelana com a Colômbia em Táchira (oeste).
"Devido às graves e ilegais ameaças tentadas pelo Governo da Colômbia contra a paz e a soberania da Venezuela", Caracas "tomou a decisão de um fechamento total temporário" de todas as pontes que unem os dois países por Táchira, escreveu Rodríguez em uma rede social.
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