O Brasil caiu nove posições no ranking do Índice de Percepção da Corrupção (IPC) realizado anualmente pela ONG Transparência Internacional. No novo estudo, divulgado nesta terça-feira 29, o país ocupa a 105ª colocação entre 180 nações analisadas e tem sua pior pontuação desde 2012. As informações são de Diego Freire na Veja.
Referente ao ano de 2018, o levantamento concede nota de 35 pontos ao Brasil, dois a menos do que o registrado em 2017. O índice vai de 0 a 100 e, quanto menor a nota, maior a percepção de corrupção.
Para efeito comparativo, o líder do ranking, a Dinamarca, tem nota 88 – seguida por Nova Zelândia (87); Finlândia, Singapura, Suécia e Suíça (85); Noruega (84); e Holanda (83).
O dado é calculado pela média de 13 relatórios independentes, que calculam o índice de “sensação de corrupção” relatado por especialistas e executivos de empresas. Os entrevistados são questionados sobre o quanto consideram o setor público de seus países como corruptos.
A queda do Brasil no índice é observada desde 2014, quando ocupava o 69º lugar na lista, e foi bastante acentuada nos últimos anos: de 40 pontos e na 79ª colocação em 2016, o país caiu para 37 pontos e o 96º lugar em 2017. Agora, em 2018, chega a 35 pontos e ocupa a 105ª posição.
De acordo com a ONG Transparência Internacional, essa trajetória pode ser explicada pelos efeitos da Lava Jato e outras operações, que demonstram um esforço do país para enfrentar o problema – mas, ao mesmo tempo, conscientizam mais a população sobre os casos e geram piora no ranking.
Ainda assim, fatores estruturais da corrupção nacional seguem inabalados, segundo a entidade. Oito países possuem a mesma nota que o Brasil no ranking de 2018: Argélia, Armênia, Costa do Marfim, Egito, El Salvador, Peru, Timor Leste e Zâmbia.
O ministro da Justiça brasileiro, Sergio Moro, anunciou recentemente que pretende apresentar ao Congresso um pacote de medidas para fortalecer o combate à corrupção.
Com 35 pontos, o Brasil hoje está abaixo da média global no ranking da Transparência Internacional (de 43,1 pontos). Os últimos colocados em 2018 são: Somália (10 pontos); Síria e Sudão do Sul (13); Coreia do Norte e Iêmen (14); Afeganistão, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial e Sudão (16); Burundi e Líbia (17).
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