Um vereador venezuelano preso acusado de ligação com o suposto atentado contra o ditador Nicolás Maduro morreu nesta segunda-feira (8) na sede do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin, a polícia política do regime).
Vereador Fernando Albán
Fernando Albán, do partido opositor Primeiro Justiça, estava na carceragem do prédio em Caracas desde sexta-feira (5), quando foi preso no aeroporto internacional de Maiquetía, que serve à capital, quando tentava sair do país.
Segundo o procurador-geral, Tarek William Saab, aliado de Maduro, o vereador se matou ao se atirar da janela de um banheiro. Na versão de Saab, Albán pediu para ir ao cômodo antes de sair para uma audiência de custódia.
Horas depois, o ministro da Justiça, Néstor Reverol, que responde pelo Sebin, também mencionou o suicídio, mas declarou que o vereador havia se atirado de uma sala de espera do prédio, e não de um banheiro.
Albán era uma das mais de 20 pessoas presas acusadas de ter explodido dois drones no centro de Caracas enquanto o ditador participava de um evento militar. Maduro acusa a Colômbia e os EUA de terem ajudado a planejar a ação.
O advogado do opositor, Joel García, criticou o regime por ter qualificado rápido a morte como suicídio. "A primeira coisa que qualquer órgão policial deve dizer é que há uma investigação. Pode ser suicídio, pode ser homicídio."
O partido do vereador, porém, chamou a morte de assassinato. "Exigimos a verdade das coisas e declaramos que esta dolorosa situação é demonstração do pior da ditadura", disse o Primeiro Justiça, em comunicado.
Amigo e correligionário de Albán, o ex-presidente da Assembleia Nacional Julio Borges colocou em dúvida a versão do regime. "A crueldade da ditadura acabou com a vida de Fernando Albán. Sua morte não vai ficar impune", disse o deputado, que está exilado em Bogotá e também é acusado de participar do suposto atentado. Com informações da Folhapress
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