por Américo Martins | Folhapress
O governo britânico acaba de criar o cargo de ministra para Prevenção do Suicídio, o primeiro do gênero no mundo.
Trata-se de uma iniciativa importante para tentar diminuir o estigma associado aos problemas de saúde mental no país.
A ministra nomeada, Jackie Doyle-Price, disse que vai investir mais em políticas que ajudem as pessoas a procurar socorro para lidar com problemas como ansiedade e depressão profundas.
Segundo o governo, o estigma infelizmente ainda associado a problemas mentais faz com que muitas pessoas deixem de procurar ajuda externa, o que poderia evitar muitos casos de suicídio.
A própria primeira-ministra, Theresa May, fez o anúncio do novo cargo, no início da primeira Cúpula Ministerial de Saúde Mental, realizada em Londres na semana passada, com a presença de ministros da Saúde de 50 países.
No entanto, nenhuma grande estrutura foi montada para a nova ministra.
O posto equivale a uma secretaria ministerial no Brasil e faz parte do Ministério da Saúde britânico.
O governo anunciou ainda um orçamento extra de apenas £ 1.8 milhão de libras esterlinas (cerca de R$ 9 milhões) por ano para Doyle-Price.
O dinheiro será usado basicamente para ajudar a manter as linhas telefônicas de prevenção ao suicídio dos Samaritanos abertas.
Este admirável serviço salva muitas vidas todos os anos em várias partes do mundo e precisa de todo o apoio possível. No caso britânico, será parcialmente financiado pelo governo.
Um dos focos de atenção da nova ministra para Prevenção do Suicídio vai ser a saúde mental dos jovens.
A imprensa britânica revelou recentemente que houve um alarmante aumento de 67% nos casos de suicídios entre os adolescentes no país entre 2010 e 2017.
Segundo especialistas, o grave problema pode estar associado ao excessivo uso de redes sociais e ao aumento de casos de ansiedade e depressão entre os adolescentes.
Para tentar combater essa tendência, o governo prometeu investir mais em programas nas escolas relacionados à saúde mental dos jovens.
A ideia é criar linhas de ajuda e apoio aos estudantes que sofram com ansiedade ou depressão.
Além disso, devem ser criados novos serviços que possam ajudar a identificar mais cedo problemas de saúde mental entre eles.
Cerca de 4.500 britânicos cometem suicídio todos os anos. Em sua grande maioria, homens com até 45 anos.
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