Rodrigo Mattos***Do UOL, no Rio de Janeiro***Sergio Moraes 6.ago.2018 -/Reuters
O economista Paulo Guedes durante almoço na FIRJAN, no Rio
Responsável pela proposta econômica do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) e escolhido para ser ministro da Fazenda ou "superministro da economia", o economista Paulo Guedes atua em investimentos que terão impacto positivo se forem implantadas medidas do programa do seu candidato nas áreas de educação, energia e óleo e gás. Há potencial conflito de interesse entre uma eventual participação no governo e sua carreira privada na Bozano Investimentos. Neste caso, Guedes seria obrigado a se desligar das decisões do fundo para virar ministro –no entanto, ele não informou se venderá suas ações, conforme apontam especialistas.
Líder das pesquisas eleitorais no primeiro turno, Bolsonaro escolheu Paulo Guedes como principal conselheiro econômico a ponto de chamá-lo de "Posto Ipiranga", isto é, quem resolveria todas as questões da área. As propostas centram-se em ideologia liberal com redução do Estado, privatização e vendas de ativos públicos para recuperar a economia brasileira.
Guedes tem sua carreira construída na iniciativa privada. Atualmente, é sócio e membro do comitê executivo da Bozano Investimentos, empresa que gere R$ 2,7 bilhões em seus fundos – o comitê é a cúpula da empresa que decide seus rumos e avalia o gestor. A Bozano tem investimentos diretos ou por meio do mercado de ações em empresas que atuam em setores para os quais o economista defende novas regras.
Procurados pelo UOL, Guedes e Bozano não se pronunciaram até o fechamento desta reportagem (leia mais abaixo).
Falando em tese, sem tratar do caso concreto, o advogado Giuseppe Giamundo Neto, vice-presidente do Instituto de Ética Empresarial, diz que é vedado que um funcionário público permaneça ligado a empresas que possam ser afetadas por sua regulação. O especialista baseia-se na Lei 12.813/2013 (conhecida como lei de conflito de interesses). LEIA MAIS AQUI
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