Foto: Lúcio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados
Acostumado a ser o partido do poder, que se adapta a qualquer governo, o MDB do presidente Michel Temer já está se preparando para ficar fora do Palácio do Planalto. “O MDB agora está no segundo time”, disse o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, após lembrar o fiasco da legenda nas urnas, no primeiro turno das eleições.
No quarto andar do Planalto, Marun carrega diariamente um calhamaço de quase duas mil páginas, chamado por ele de “bíblia política”, sob o título “Ações já executadas e as que serão executadas até o final de 2018”. O documento está à espera da equipe de transição do presidente eleito, seja ele Jair Bolsonaro (PSL) ou Fernando Haddad (PT).”Tenho certeza de que o Brasil vai ter saudade do governo Temer”, afirma Marun, que classifica o indiciamento do presidente pela Polícia Federal, no inquérito dos Portos, como “festival de ilações”.
Na avaliação do ministro, ao entrar para a segunda divisão, o MDB não será mais protagonista da cena política e, em 2019, ficando ao lado dos “balzaquianos”, partidos que têm cerca de 30 parlamentares, “uns mais, outros menos”. Há quatro anos, o MDB elegeu 65 deputados federais. Agora, porém, a bancada caiu quase pela metade e, no rastro da alta impopularidade de Temer, ficou com 34. No Senado, o presidente do MDB e líder do governo, Romero Jucá (RR), não conseguiu nem mesmo renovar o mandato. “Houve uma destruição da política.
Quem sobreviveu? Quem tinha radicais ao seu lado, Lula e Bolsonaro. Quem não tinha foi levado pelo tsunami”, argumentou Marun, citando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso pela Lava Jato, e o candidato do PSL. O mapa das urnas indica que as maiores bancadas da Câmara serão as do PT e do PSL, mas grandes partidos ainda tentam atrair “nanicos” para ampliar suas fileiras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário