por Fernando Duarte / BN * Foto: Reprodução / EBC
Desde antes do início da corrida eleitoral se falava sobre o melancólico fim de caciques políticos. Porém é inegável que as urnas em 2018 surpreenderam ao interromper a sequência de mandatos de figuras históricas da cena baiana. Ainda que não tenha havido a renovação necessária, o eleitor deu sinais de que é preciso reoxigenar os atores para, eventualmente, mudar os rumos da Bahia e do Brasil.
A lista daqueles que ficaram fora de mandatos não é pequena. Na Câmara dos Deputados não se reelegeram Paulo Magalhães, Tia Eron, Benito Gama, José Carlos Aleluia, Antonio Imbassahy, José Carlos Araújo e Lúcio Vieira Lima. Na Assembleia, o decano Reinaldo Braga e os acusados na Operação Águia de Haya, Carlos Ubaldino e Ângela Souza, também deram adeus ao Legislativo estadual.
As candidaturas majoritárias derrotadas também fizeram vítimas. Prefeito de Feira de Santana por quatro mandatos, Zé Ronaldo teve pouco mais de 22% dos votos e ficou a anos-luz do reeleito Rui Costa. Na disputa do Senado, uma missa encomendada: Jutahy Magalhães Jr. ficou na quarta colocação, com menos de 1/4 dos votos dos eleitos e encerrou um período de quase 30 anos de presença no Congresso Nacional.
Se as urnas em 2018 não foram para principiantes, também não foram felizes para experientes. Aparentemente, grandes oligarquias parecem ter dado adeus à política fora da Bahia na mesma toada. Vide as não reeleições de Romero Jucá ou Eunício Oliveira para o Senado, ou a derrocada dos Sarney no Maranhão.
Parte desses atores deveria aproveitar o momento para “pendurar as chuteiras” ou “vestir o pijama”. Afinal, a aprovação dos eleitores é um quesito primordial para que um político se mantenha com capital suficiente para continuar surfando as ondas. Entretanto, é provável que alguns deles busquem uma sobrevida com cargos de confiança em prefeituras aliadas, em governos ou até mesmo “hospedados” em gabinetes de antigos colegas. Tudo para não ser enterrado politicamente, como sugeriram as urnas.
A depender das movimentações, será possível até mesmo ver alguns desses nomes como zumbis até a próxima eleição, quando podem tentar voltar aos tempos áureos de mandatos políticos. O retorno, porém, pode ser ainda mais difícil do que uma saída honrosa. Aí será preciso ponderar se não é melhor morrer dignamente na política, se tornar uma chacota eleitoral entre os pares ou fingir que nada aconteceu. Boa parte deve optar por essa última opção.
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