por Fausto Macedo, Ricardo Brandt e Daniel Weterman | Estadão Conteúdo
Três ex-executivos da Petrobras e três operadores financeiros, um deles ligado ao MDB, foram presos nesta terça-feira (8) na 51ª fase da Operação Lava Jato, batizada de "Déjà Vu". A investigação aponta para um suposto pagamento de propina equivalente a R$ 200 milhões entre 2010 e 2012 pela construtora Odebrecht a políticos do MDB e do PT para obter um contrato com a Petrobras de US$ 825 milhões. Por ordem do juiz Sérgio Moro, da 13.ª Vara Federal de Curitiba, foram cumpridos mandados no Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo contra alvos investigados por corrupção, associação criminosa, fraudes em contratações públicas, crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro, entre outros delitos. Os ex-executivos Aluísio Teles Ferreira Filho, Ulisses Sobral e Rodrigo Pinaud, todos vinculados à Diretoria Internacional da Petrobras, além do operador Ângelo Lauria, foram alvos de prisão preventiva. Outro operador, Sérgio Boccaleti, foi alvo de prisão temporária - que tem prazo de cinco dias. O único mandado de prisão não cumprido foi o de Mário Miranda, operador ligado ao MDB, segundo os investigadores. Os procuradores do Ministério Público Federal (MPF) haviam alertado que era "concreto o risco de fuga" dele, já que ele tem residência em Portugal. Procurados, Odebrecht e a defesa de Ferreira Filho não se pronunciaram sobre o caso. Já o advogado Antônio Figueiredo Basto, que defende Miranda, afirmou que não comentaria a ordem de prisão. A reportagem não localizou a defesa dos outros alvos da operação. O suposto pagamento de propinas relacionado ao contrato de U$ 825 milhões entre a Odebrecht e a Petrobras, citada por delatores da construtora, é objeto de investigação pela Procuradoria-geral da República. O ex-presidente da Odebrecht Engenharia Industrial Márcio Faria, por exemplo, descreveu uma reunião de executivos da empreiteira com políticos do MDB, entre eles, o presidente Michel Temer e ainda o deputado cassado Eduardo Cunha (RJ).
Segundo o delator, no encontro, em 2010, teria sido acertada propina de R$ 40 milhões ao partido. O valor era referente a 5% do contrato da Odebrecht com a estatal. A reunião, segundo ele, era para que Temer "abençoasse" o compromisso. Os recursos desviados, segundo os investigadores, seriam de US$ 24 milhões pagos aos três ex-executivos e de US$ 30 milhões destinados ao MDB e ao PT, além de valores ainda não rastreados. A suspeita é de que Cunha e o ex-ministro Henrique Eduardo Alves (MDB-RN) e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto tenham recebido os valores em contas no exterior e em espécie no Brasil. À época da divulgação das delações da Odebrecht, o presidente Michel Temer afirmou em nota que "jamais tratou de valores" com Faria. "A narrativa divulgada não corresponde aos fatos e está baseada em uma mentira absoluta", disse o Planalto. O advogado de Mário Miranda, Antônio Figueiredo Basto, disse que não iria comentar. A reportagem não conseguiu contato com os demais citados até a conclusão desta edição.
Segundo o delator, no encontro, em 2010, teria sido acertada propina de R$ 40 milhões ao partido. O valor era referente a 5% do contrato da Odebrecht com a estatal. A reunião, segundo ele, era para que Temer "abençoasse" o compromisso. Os recursos desviados, segundo os investigadores, seriam de US$ 24 milhões pagos aos três ex-executivos e de US$ 30 milhões destinados ao MDB e ao PT, além de valores ainda não rastreados. A suspeita é de que Cunha e o ex-ministro Henrique Eduardo Alves (MDB-RN) e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto tenham recebido os valores em contas no exterior e em espécie no Brasil. À época da divulgação das delações da Odebrecht, o presidente Michel Temer afirmou em nota que "jamais tratou de valores" com Faria. "A narrativa divulgada não corresponde aos fatos e está baseada em uma mentira absoluta", disse o Planalto. O advogado de Mário Miranda, Antônio Figueiredo Basto, disse que não iria comentar. A reportagem não conseguiu contato com os demais citados até a conclusão desta edição.
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