Foto: Divulgação / Cosbat
O ex-assessor Job Ribeiro Brandão informou em depoimento à Polícia Federal que o ex-ministro Geddel Vieira Lima usou dinheiro de origem não declarada para comprar ao menos seis prédios de alto luxo em Salvador – entre eles, estaria o La Vue, que foi pivô do escândalo que o fez perder o cargo de ministro do governo Michel Temer em novembro do ano passado. Segundo informações do jornal O Globo, Brandão relatou também que a mãe de Geddel, Marluce Vieira Lima, e a cunhada, Patrícia, esposa do deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), também o orientaram a destruir provas sobre a movimentação financeira. As informações constam no relatório final da Polícia Federal sobre a origem dos R$ 51 milhões apreendidos em um apartamento usado por Geddel no bairro da Graça, em Salvador. O delegado Marlon Cajado sugere o indiciamento de Marluce, Lúcio e Geddel, por crimes como associação criminosa e lavagem de dinheiro. O documento foi encaminhado ao ministro Edson Fachin, que é relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF). A partir deste momento, a procuradora-geral Raquel Dodge deverá se manifestar sobre as conclusões da polícia. “A pedido de Geddel, Lúcio e Dona Marluce, auxiliou na destruição de anotações, agendas e documentos, se recordando que destruiu documentos relacionados à Cosbat; Que participaram desse descarte de documentos a secretária Milena Pena e dona Patricia, esposa de Lúcio Vieira Lima” afirmou Brandão, segundo o relatório. Os documentos “foram colocados em sacos de lixo e descartados, que alguns foram picotados e colocados na descarga do vaso sanitário". Na sequência, Brandão explica à polícia que a Cosbat estaria à frente do La Vue e outros cinco grandes prédios em Salvador. “Que se recorda dos irmãos terem colocado dinheiro nos empreendimentos da Riviera Ipiranga, Morro Ipiranga, Costa Espanha, La Vue, Garibalde Tower e Mansão Grazia”. Brandão afirma que fez pagamentos em cheques e em espécie para um dos sócios da Cosbat, Luiz Fernando Costa Filho. Só referente ao La Vue, o repasse a Costa Filho foi de R$ 2 milhões. “Que Luiz Fernando (Costa Filho) costumava passar um planilha com os valores que deveriam ser repassados pelos irmão Geddel e Lúcio por conta dos empreendimentos, sendo que uma parte era paga em cheques da GVL, de Geddel Vieira Lima, e da empresa Vespasiano, de Lúcio Vieira Lima, mas a maior parte era paga com dinheiro em espécie que era entregue a Luís Fernando. Brandão contou ainda que ele próprio “contava o dinheiro e entregava a Luiz Fernando”. Em suas contas, foram repassados R$ 2,8 milhões para o Riviera Ipiranga e para o Costa Espanha. Para o Mansão Grazia, empreendimento mais caro que o La Vue, foram repassados R$ 3 milhões de reais em espécie. Colaborador das investigações, Brandão disse que do salário que recebia da Câmara como assessor era repassado de volta para os patrões. Em depoimento à PF, Costa Filho confirmou as declarações do ex-assessor – ele disse que “recebia recursos financeiros de empresas da família Vieira Lima e que inclusive ia ao apartamento de dona Marluce para coletar valores em espécie”. O empresário informou que Geddel fazia os investimentos por meio da M & A Empreendimentos e Participações.
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