Grande parte das cirurgias pediátricas realizadas via Sistema Único de Saúde (SUS) estarão suspensas a partir desta sexta-feira (1º), de acordo com o Núcleo de Cirurgiões Pediátricos da Bahia (NCP). A medida está relacionada ao encerramento do contrato entre a Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab) e a entidade. "Desde 2007 o NCP presta serviço junto à Sesab. No entanto, a secretaria não renovou esse contrato em julho de 2016 e, desde então, estamos trabalhando de forma indenizatória", explicou Paulo Pires, cirurgião pediátrico e integrante do núcleo. No entanto, no dia 4 de setembro o NCP foi notificado pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) a interromper os atendimentos por ter trabalhadores da Sesab em seu quadro. Na tentativa de evitar desassistência, em 29 de setembro, Sesab e MP-BA solicitaram a manutenção dos atendimentos por 60 dias para que a secretaria buscasse uma solução para a questão. O prazo se encerra nesta quinta-feira (30), e o NCP foi orientado a interromper imediatamente o contrato. "O número reduzido de cirurgiões pediatras em atividade na Bahia torna imprescindível que todo profissional disponível seja utilizado para atender à demanda da rede pública do estado. Essa é uma especialidade cirúrgica de formação complexa e prolongada e, mesmo com os quatro programas de residência que estabelecemos para formar novos cirurgiões, ainda não temos médicos suficientes para dispor dos funcionários da Sesab", afirmou Pires. De acordo com o profissional, a Bahia tem apenas seis médicos concursados para a especialidade, quando a necessidade é de cerca de 40. "O receio principal das pessoas que compõem essa empresa é a desassistência. Vai trocar 37 profissionais que supriam o SUS por apenas seis", pontuou. Apesar de edital de licitação emergencial lançado pela Sesab neste mês, o NCP não tem expectativa de voltar a trabalhar com a pasta, devido ao modelo de trabalho apresentado. "Onde existem quatro cirurgiões trabalhando em sobrecarga, eles querem colocar apenas um", criticou. Atualmente, o NCP é responsável pelas cirurgias pediátrica e neonatal nas Maternidades Climério de Oliveira, Iperba, João Batista Caribé e Albert Sabin, Tsylla Balbino, Hospitais Ana Nery, Couto Maia, Geral do Estado, Roberto Santos, Menandro de Farias, Octávio Mangabeira, Martagão Gesteira e fazem uma média de 80 procedimentos por mês no estado.
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