A prisão do dono do BTG Pactual, considerado um gênio das finanças, traz à tona negócios obscuros fechados nos governos Lula e Dilma
THIAGO BRONZATTO E ANA CLARA COSTA
Na manhã de 25 de novembro, o presidente do Banco Central (BC),Alexandre Tombini, transparecia uma tensão incomum. A habitual fala mansa e pausada deu lugar a um silêncio reflexivo. À enxurrada de e-mails, ligações, mensagens e recados, respondia com poucas palavras, enquanto tamborilava com a caneta na mesa. Parecia tentar entender o terremoto que assolava o mercado financeiro naquele momento: a prisão de André Esteves, controlador do BTG Pactual, quarto maior banco privado do país, com R$ 154,5 bilhões em ativos.
Tombini reuniu-se com sua diretoria e assessores no 20º andar do BC em Brasília, onde analisaram o impacto da notícia, classificada como “grave”, no sistema financeiro e no próprio BTG. Enquanto discutiam, as ações da instituição de Esteves caíam cerca de 20%, a maior baixa na Bolsa de Valores, e clientes sacavam os investimentos.
Diante desse cenário, o colegiado do BC chegou a debater se pediria o afastamento do presidente do BTG para evitar uma derrocada do banco. Tratava-se de uma decisão delicada. Afinal, a prisão de Esteves mexeu também com o Planalto, já que o banco, mais que qualquer outro privado, tem negócios bilionários com o governo. Ficou acertado que o BC só bateria o martelo após ter acesso às provas da Procuradoria-Geral da República (PGR) que colocaram o banqueiro e o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) atrás das grades. Mais em http://epoca.globo.com/tempo
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