O Ibovespa fechou a quarta-feira (30) em alta de 2,10%, aos 45.059 pontos, puxado pelas ações da Petrobras. A estatal disparou mais de 9% após divulgar um reajuste de 6% na gasolina e de 4% no diesel, o que foi bem recebido pelo mercado. Alta da Bolsa de Valores de São Paulo só não foi mais expressiva em função das incertezas que ainda rondam a política e economia brasileiras.
No encerramento do pregão, as ações ordinárias (PETR3) da Petrobras subiam 8,79%, cotadas a R$ 8,54. Seus papeis preferenciais (PETR4) tinham escalada de 9,86%, a R$ 7,24. Em Nova York, os ADRs (American Depositary Receipts) da companhia avançavam 11,83%, a US$ 4,35.
O ajuste de preços é uma estratégia da companhia para recuperar sua situação financeira e permitir a manutenção de seus investimentos. Na avaliação de analistas de mercado, a mudança acarretará em um acréscimo médio de R$ 7 bilhões em seu caixa por trimestre, mas não resolve por completo os problemas de endividamento da estatal.
O percentual de aumento a ser repassado ao consumidor será decidido pelos donos de postos de gasolina e começam a valer a partir de hoje. “Os preços da gasolina e do diesel, sobre os quais incide o reajuste anunciado não incluem os tributos federais CIDE e PIS/Cofins e o tributo estadual ICMS”, ressaltou a estatal em nota.
As ações da Gol também figuraram entre as maiores altas do Ibovespa, disparando 7%, a R$ 3,67. Os ganhos da Vale, por outro lado, foram modestos. Seus papeis ordinários (VALE3) subiram 0,61%, a R$ 16,58, enquanto os preferenciais (VALE5) avançaram 0,76%, a R$ 13,32.
No cenário doméstico, pesou na avaliação dos investidores os resultados das contas públicas do governo em agosto, divulgados hoje pelo Banco Central. Neste mês, o déficit primário chegou a R$ 7,310 bilhões. O resultado negativo surpreendeu o mercado, que trabalhava com projeções negativas de R$ 11 bilhões. Em relação ao mesmo mês do ano passado, o desempenho também apresentou melhorias, uma vez que déficit negativo em agosto de 2014 chegou a R$ 14,46 bilhões.
Hoje o Ibope também divulgou uma pesquisa de avaliação sobre a presidente Dilma Rousseff. A aprovação do governo da petista como bom ou ótimo subiu de 9% para 10%. Enquanto isso, 69% dos entrevistados disseram considerar seu governo ruim ou péssimo e 21% o avaliaram como regular. De modo geral, sua desaprovação teve modesto crescimento, passando de 82% para 83%.
Ainda no campo político, o clima de tensão entre os presidentes da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), se acirrou. Após a aprovação do fim do financiamento privado de campanha na terça-feira (30), Cunha marcou uma sessão extraordinária no mesmo horário em que os parlamentares analisariam os vetos presidenciais restantes. Na semana passada, o Congresso analisou 26 dos 32 vetos.
Em Wall Street, investidores norte-americanos estavam bem humaros após a divulgação de dados acima do previsto na criação de empregos no país. O Dow Jones Industrial subiu 1,47%, enquanto o S$P 500 avançou 1,91%. O índice Nasdaq teve a alta mais expressiva, de 2,28%.
Nos demais mercados a alta foi generalizada. Os principais índices da Europa subiram forte após a divulgação de dados da inflação na zona do euro. Xangai e Tóquio também subiram 0,48% e 2,07%, respectivamente.
Dólar fecha em queda pelo segundo pregão seguido
Embora tenha aberto em alta no pregão de hoje, o dólar fechou em queda pelo segundo dia seguido, voltando a ficar abaixo dos R$ 4. A moeda norte-americana caiu 2,30%, cotada a R$ 3,9655 na venda. No mês de setembro, o dólar acumula queda de 9,33% e, no ano, de 49,15%. Nesta sessão, o BC fez seu último leilão de rolagem de swaps cambiais com vencimento em outubro, após vender parcialmente a oferta na sessão passada.
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