O mundo pode ficar sem um dos principais antídotos contra o veneno de cobra. De acordo com a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), o último lote do medicamento Fav-Afrique, capaz de neutralizar a ação de até dez diferentes tipos de veneno de cobras africanas, vence em junho de 2016. O antídoto deixou de ser produzido em 2014 e sua falta pode pôr em risco a vida de milhares de pessoas. Segundo a MSF, a importância do medicamento está no fato de que as vítimas nem sempre conseguem identificar que tipo de cobra as picou, enquanto ele consegue impedir a ação de diversos tipos de veneno dos ofídios. A fabricante do antídoto, Sanofi Pasteur, que encerrou a produção para se dedicar à confecção de tratamento anti-rábico, afirmou que irá compartilhará a receita com outras companhias. Apesar disso, especula-se que a situação, apesar de a empresa já negociar com outro fabricante para produzir o remédio, não será resolvida antes do fim de 2016, o que aponta que novos lotes do medicamento ficariam prontos somente em 2017. “A maioria das pessoas picadas por cobras não sabem exatamente que espécie as picou, por isso ter um antídoto que atue sobre diferentes espécies é muito importante. Estamos preocupados com a falta do remédio, pessoas irão morrer desnecessariamente”, afirmou Polly Markandya, porta-voz do MSF. Segundo a Organização Mundial Saúde (OMS), cerca de cinco milhões de pessoas são vítimas de picadas de cobra anualmente no mundo. Dessas, 100 mil morrem e 400 mil ficam incapacitadas ou desfiguradas.
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