Ali Mohammed al-Nimr foi preso quando tinha 17 anos, ao participar de um protesto contra o regime. Ele é sobrinho de um opositor do governo
O jovem Ali Mohammed al-Nimr (Foto: Reprodução/ Facebook)
Ali Mohammed al-Nimr é um árabe saudita de 21 anos que deve morrer de maneira brutal. Sobrinho de um clérigo que se opõe ao regime saudita, al-Nimr participou de um protesto contra o governo quando tinha 17 anos. Foi preso e acusado de possuir armas de fogo. Condenado a morte, perdeu todas as apelações. Será decapitado e seu corpo, já morto, será crucificado e exposto em praça pública. A sentença contra al-Nimr atraiu críticas de organizações de defesa dos direitos humanos em todo o mundo. Seu nome virou uma hashtag – pela internet, ativistas tentam pressionar o governo de modo a mudar o destino do rapaz. Ainda que chocante, os casos de execução na Arábia Saudita não são raros – o país patina no respeito aos direitos humanos.
Al- Nimr, um muçulmano xiita, foi preso em 2012, quando participava de um protesto na província onde nasceu, Qatif. Passou um ano em uma instituição prisional para jovens, segundo a Anistia Internacional, antes de ser transferido para um presídio ao completar 18 anos. Quando foi detido, al- Nimr foi acusado de participar de atos contra o governo e possuir arma de fogo. Ele costumava negar essa última acusação, mas confessou a posse de armas sob tortura. A sentença à morte veio em maio de 2014. Esgotados todos os recursos, a decisão precisa ser ratificada pelo rei para que a decapitação ocorra.
A execução de al-Nimr, dizem os ativistas, vai ocorrer por razões políticas. O menino é sobrinho de Sheikh Nimr Baqir al-Nimr,um clérigo proeminente e opositor do governo, que foi preso e também condenado à morte em outubro do ano passado. “Ali era ainda um menor de idade vulnerável quando foi preso”, disse Maya Foa, da ONG Reprieve, em um comunicado obtido pelo site Quartz. “Sua execução - baseada aparentemente no ódio das autoridades ao seu tio e no seu envolvimento em protestos contra o governo – viola las leis internacionais e os princípios mais básicos da decência. Isso tem de ser impedido”.
A notícia da execuçao de al-Nimr surgiu quase que simultaneamente ao anúncio de que a Arábia Saudita deve conduzir um painel sobre direitos humanos nas Nações Unidas. A escolha do país foi considerada “escandalosa” por ativistas dos direitos humanos.
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