Nesta quinta-feira, 24/09, a Associação de Surdos de Itabuna estará realizando, à partir das 8 horas, na porta da Prefeitura, uma manifestação pela valorização dos Professores e Intérpretes da Língua Brasileira de Sinais - Libras. O evento tem como objetivo sensibilizar o Governo para o desenvolvimento de ações afirmativas em defesa da melhoria no sistema educacional de pessoas surdas, como também visa discutir formas de valorização profissional dos professores e intérpretes de Libras, por meio de abertura de concurso público.
A Associação de Surdos de Itabuna foi fundada em 2014 e funciona com Sede Provisória na Praça dos Capuchinhos, no Bairro Conceição. Atualmente é Presidida por Moabe dos Santos, que mesmo com a surdez conseguiu driblar as dificuldades e conquistar o terceiro grau em pedagogia e Lorena Cerqueira, ouvinte, que possui, também, formação em Pedagogia, Especialização em Língua de Sinais e Proficiência na área, título de difícil aquisição no Brasil.
De acordo com os dirigentes da associação, existem no Brasil duas legislações que disciplinam a necessidade de professores e intérpretes de LIBRAS nas escolas públicas como forma de inclusão das pessoas surdas, são estas as leis nº 10.436 de 2002 e 1.397 de 2015. Para Moabe dos Santos, Presidente da Associação, tais leis representam um avanço político-educacional, uma vez que sua infância foi marcada por um árduo processo de aprendizagem, visto que na rede pública não existiam profissionais com a habilitação técnica para lhe ensinar por meio dos sinais. “Durante muito tempo fui excluído na escola, pois os alunos não entendiam minha forma de comunicação e alguns professores me forçavam a falar, mas como não sou ouvinte, eu não tinha como me expressar oralmente”, declara o Presidente por meio do uso da língua de sinais.
De acordo com Lorena Cerqueira, Vice-Presidente da Associação e intérprete contratada da rede municipal de ensino, existem cerca de 3.000 pessoas surdas em Itabuna e apenas 20 matriculados nas escolas, justamente por falta de profissionais que consigam atender a demanda. “Atualmente a rede de ensino de Itabuna conta com apenas 3 professores contratados para lidar com este público, situação que reflete na evasão escolar de diversos alunos que abandonam a escola por não serem acompanhados por um profissional que domine a língua brasileira de sinais”, afirma Lorena.
Desta forma, a associação está mobilizando a comunidade para que se engaje na luta pela valorização dos profissionais de libras, de modo que o município de Itabuna realize concursos públicos para o provimento de vagas destinadas aos professores e intérpretes de libras, visto além de ser um direito das pessoas surdas terem acompanhamento de tais profissionais, a língua de sinais é o segundo idioma oficial do país. Fonte: Ascom SIMPI
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