Amapá - Lista aponta para falta de aparelhos e remédios em unidade do Amapá. Relação escrita a mão foi enviada ao governo, que não se pronunciou. Fonte:G1
Enfermeiros e servidores da limpeza do Hospital da Mulher Mãe Luzia, única maternidade pública do Amapá, localizada na capital, montaram uma lista e enviaram ao G1, com um pedido de ‘socorro’ escrito no papel. Na relação feita a mão, há cerca de 20 itens que, segundo os profissionais, estão em falta na unidade, e comprometendo o quadro de saúde de pacientes. A lista contém desde antibióticos até aparelhos de raio-x, tomografia e ressonância magnética.
A enfermeira Sandra Alcântara falou em nome do grupo de funcionários que preferiu não se identificar. Segundo ela, a falta dos itens relacionados está diretamente ligada às constantes mortes de bebês, conforme afirmou, ocorridas na unidade. O G1 entrou em contato e encaminhou a lista de solicitações dos profissionais para a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). Até a publicação desta matéria não houve resposta às solicitações de entrevista.
Segundo a enfermeira, a ausência de aparelhos essenciais para exames no hospital obriga a transferência de pacientes a unidades da rede particular. Ela diz que em alguns casos, o paciente nem está em condição de deixar a maternidade.
Sandra diz que a situação se agravou nas últimas semanas, quando as ambulâncias que faziam o trabalho foram recolhidas por falta de pagamento e o serviço passou a ser feito por veículos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que estivessem disponíveis. A Sesa confirmou no dia 10 a pendência no pagamento do aluguel, mas não detalhou valores e nem o período do débito. O órgão informou também que um acordo entre as duas partes havia garantido o retorno das ambulâncias para atendimento nos hospitais.
“A gente tenta dar o máximo da gente, mas não estamos encontrando material. Parece que se abriu um buraco. Tudo o que está sendo feito fora, o hospital tem que pagar. Raio-x não está funcionando, disseram que era alugado, mas foi levado daqui por falta de pagamento”, lamentou a enfermeira.
A lista aponta ainda a falta de materiais para os setores de internação e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), como frascos para hemocultura, centofix e tubo endotraqueal. Na relação de medicamentos, estariam em falta, segundo a relação, antibióticos, vancomicina e penicilina.
Os profissionais também reclamam de falta de estrutura, como ausência de climatização e de produtos básicos de conservação e limpeza, como sabão para lavar as mãos e papel higiênico.
No início do mês de setembro, a Justiça do Trabalho condenou o governo do estado por não cumprimento às normas de segurança de trabalho, saúde e higiene no ambiente do Hospital da Mulher Mãe Luzia, no Centro de Macapá. Com a decisão, a Justiça determinou que o Estado cumpra com 51 obrigações em um prazo estimado de 60 dias.
De acordo com a ação da Justiça, a condenação ocorreu após fiscais constatarem que os servidores da maternidade estão expostos ao risco de contaminação em virtude da ausência de higienização em espaços no prédio, além da falta de manutenção em altoclaves para a esterilização de materiais hospitalares.
A Secretaria de Estado da Saúde não se pronunciou sobre a condenação. Fonte:G1
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