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quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Dirceu será julgado por corrupção na Petrobras

AFP - Um dos fundadores e figura-chave do PT, José Dirceu, ministro da Casa Civil do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, irá a julgamento por participação no gigantesco esquema de corrupção na Petrobras, informou a justiça nesta terça-feira.

O juiz Sérgio Moro, encarregado do caso, aceitou denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal contra Dirceu, que chefiou o gabinete de Lula entre 2003 e 2005, denunciado por receber mais de R$ 11,88 milhões que, segundo o MPF, teria usado para comprar um avião Cessna e adquirir e reformar imóveis.

Moro também aceitou denúncia contra João Vaccari Neto, tesoureiro do PT até abril passado, assim como contra o irmão de Dirceu, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, e outras 12 pessoas.

Vaccari é apontado como encarregado de transportar a propina paga em troca de contratos com a Petrobras para o cofre do Partido dos Trabalhadores.

No chamado Petrolão, as principais empreiteiras formaram cartel para manipular as licitações da Petrobras mediante o pagamento de propina a diretores da estatal vinculados a partidos políticos, que depois era distribuída entre os envolvidos.

Dirceu, um dos fundadores do PT, é acusado de ser um dos criadores do sistema que drenou bilhões de reais da petroleira para partidos políticos e contas pessoais na última década.

Figura emblemática da esquerda no Brasil, Dirceu foi preso em 3 de agosto. Não foi a primeira vez. Antes de ser preso por este caso, ele cumpria pena de prisão domiciliar, imposta pelo Supremo Tribunal Federal, pelo Mensalão, outro escândalo mediante o qual o PT pagou propina a legisladores em troca de apoio político.

Segundo as autoridades, Dirceu continuou recebendo pagamentos ilegais vinculados à Petrobras enquanto esteve detido no Mensalão, pelo qual foi sentenciado a sete anos de onze meses de prisão.

Vaccari também está atrás das grades e soma três processos penais abertos contra ele pelo esquema de corrupção na Petrobras.

As ramificações do Petrolão mantêm o país em choque e cobram um alto preço à presidente Dilma Rousseff (PT), cuja popularidade caiu a apenas um dígito oito meses depois de assumir seu segundo mandato.

Além de funcionários da Petrobras, diretores de empresas e intermediários dos subornos, são investigados por suposta corrupção na petroleira legisladores e outros políticos em exercício, como o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e o senador Fernando Collor, que presidiu o país entre 1990 e 1992 e foi cassado por envolvimento em corrupção.

Por causa desta rede de corrupção, considerada a maior da história do Brasil, a Petrobras amargou um prejuízo de mais de US$ 2 bilhões em seu balanço de 2014.

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