Recentemente, o Jornal Ciência noticiou a existência de um carrapato, nos EUA, capaz de causar alergia à carne com uma simples picada em humanos. Agora, seis pessoas tiveram contato com a espécie, no Reino Unido.
O carrapato possui uma substância chamada galactose-alfa, um tipo de açúcar encontrado nas carnes vermelhas, especialmente na bovina, que também está presente em suínos, na carne do veado, de coelho, e produtos que usem leite.
Ao ingerir a substância via oral, ela não causa problemas, mas ao entrar pela corrente sanguínea através da picada do carrapato, o corpo reage de modo enérgico, com grande resposta imunitária, e começa a tentar eliminá-lo através da ação de potentes anticorpos. Porém, todas as vezes que o indivíduo ingerir carne ou qualquer alimento que contenha galactose-alfa, desencadeará uma reação alérgica no corpo.
Agora, pelo menos seis britânicos sofreram reações graves, como resultado da mordida do carrapato e a ingestão posterior de carne. Aves e peixes não causam problemas. A alergia é causada quando um carrapato morde cervos, ovelhas, gado, cavalos e porcos, e depois pica um humano. Quando essa pessoa come carne numa data posterior, sofre uma reação alérgica, geralmente de quatro a oito horas após a ingestão. Na maioria dos casos causa urticária, náuseas ou outras doenças, mas isso pode provocar choque anafilático, o que pode ser fatal, por conta da inflamação das vias respiratórias. Uma injeção imediata de adrenalina é a única maneira de interromper o processo, que pode matar em minutos. Até 70% dos acometidos vão ter algum tipo de problema de respiração durante um ataque.
No Reino Unido, a alergia é transmitida pelo mesmo carrapato que transporta a infecção bacteriana mais amplamente conhecida da doença de Lyme, que pode causar sintomas neurológicos e físicos severos se não for tratado imediatamente com antibióticos.
Embora os carrapatos sejam mais frequentemente encontrados na zona rural, a doença de Lyme foi encontrada em cervos em Richmond Park, em Londres, podendo ajudar a espalhar a alergia na capital.
Malcolm Shepherd, um consultor em alergia do West of Scotland Anaphylaxis Service, na Escócia, deparou-se com seis casos de anafilaxia, recentemente. "A alergia à carne pode se apresentar de formas inusitadas e inesperadas. A maioria das alergias manifestam-se muito rapidamente, por isso, se você é alérgico a amendoins, você terá uma reação muito rápida. Mas há uma resposta atrasada ao alérgeno da carne, por isso foi difícil localizar a causa", disse ele.
Dois pacientes em Glasgow, na Escócia, entraram em choque anafilático enquanto estavam dormindo, quase quatro horas depois de terem consumido carne, disse Shepherd. Entre os sintomas estão coceira, inchaço da boca e respiração ofegante.
“Nós simplesmente não sabemos quantas pessoas têm. Em primeiro lugar, a condição precisa ser reconhecida. As pessoas não vão saber o risco de comer carne. Poderia ser um grande problema em áreas onde existem uma prevalência de carrapatos”, relatou o médico.
As reações alérgicas são tratadas com anti-histamínicos, para aliviar a coceira e, em casos mais graves, adrenalina intravenosa. Os médicos aconselham que pacientes levem consigo adrenalina, para casos de extrema emergência, como se comerem carne novamente, sem perceber, em algum alimento industrializado.
Os médicos não sabem dizer se a alergia é permanente ou por quantos anos ela dura. As pesquisas mostraram que alguns pacientes enfrentam queda desses anticorpos ao longo do tempo. Fonte: Daily Mail Foto: Reprodução / Daily Mail
Nenhum comentário:
Postar um comentário