O ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, tirou R$ 120 mil da propina recebida para ajudar uma mulher pobre ligada ao partido. A afirmação foi feita pelo lobista Milton Pascowitch durante delação premiada. O delator contou que Vaccari “pediu ajuda para uma senhora humilde ligada ao PT” e que o montante foi descontado do total de uma propina reservada ao petista na empresa Consist Software. A transação exigiu alguns trâmites, como a criação de uma pessoa jurídica pela “mulher humilde”, o que possibilitou a emissão de nota fiscal da Jamp Engenheiros, de sua titularidade. De acordo com Exame, Pascowitch disse ainda que Vaccari chegou a sugerir o pagamento a “alguma central sindical ligada ao PT”. O lobista explicou ao ex-tesoureiro que a operação não poderia ser feita dessa forma porque era preciso emitir nota contra alguma empresa. “Ela foi ao meu escritório e conversou com meu irmão (José Adolfo). Ela disse que iria constituir uma empresa e dois meses depois retornou ao escritório apresentando os dados da Gomes e Gomes Promoção de Eventos e Consultoria”, acrescentou Pascowitch, que diz não lembrar o nome da mulher. O criminalista que defende Vaccari, Luiz Flávio Borges DUrso, reiterou que o petista jamais arrecadou propinas para seu partido. “Todas as doações recebidas foram contabilizadas no PT e declaradas às autoridades competentes”, disse. Vaccari está preso pela Operação Lava Jato desde 15 de abril, sob acusação formal de corrupção e lavagem de dinheiro. BN
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